Com líderes presos, PMs mantêm greve


Folha de S.Paulo

Salvador - Os PMs em greve na Bahia desocuparam ontem a Assembleia Legislativa do Estado, em Salvador, invadida no dia 31 de janeiro. Marco Prisco, líder do movimento, foi preso.
Após reuniões à tarde, os grevistas decidiram manter a paralisação. Prisco e o policial Antonio Angelini, cujas prisões estavam decretadas, deixaram o local pelos fundos e foram e levados à Polícia do Exército.
Sitiados por forças federais desde a segunda-feira, os PMs começaram a deixar o prédio às 6h30, em silêncio, horas após a divulgação, na TV Globo, de gravações telefônicas em que Prisco parece incentivar atos de vandalismo no Estado. Na hora da rendição, cerca de 1.800 homens das forças federais cercavam o prédio.
Após a saída dos 245 grevistas, o prédio foi tomado pelo Exército e pela Polícia Federal. Havia sujeira, mas não houve vandalismo.
À tarde, os grevistas se concentraram na quadra do Sindicato dos Bancários para discutir uma proposta do governo do Estado --que até então se recusava a negociar com eles. Do lado de fora, havia faixas com dizeres como "a greve continua".
Além da revogação da prisão de Prisco e de outros 11 líderes do movimento, os policiais reivindicam o pagamento, a partir de março, de uma gratificação acertada após o fim da greve de 2001, e a anistia administrativa dos manifestantes.
O governo aceita pagar a gratificação, mas em novembro, e admite conceder anistia só aos que não cometeram irregularidades durante a greve. Até as 23h, oficiais da PM não haviam decidido se vão aderir à greve.
Dilma
Ontem, a presidente Dilma Rousseff condenou a anistia aos policiais que praticaram crime, ao comentar as gravações do "Jornal Nacional".
Eu não considero que aumento de homicídio na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzado seja uma forma correta de conduzir o movimento." Ela disse estar "estarrecida" com as gravações.

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