Governo prende 17 PMS e esvazia greve policial no Rio


Folha de S.Paulo

Rio - O governo do Rio resolveu jogar duro para sufocar a greve dos policiais militares, civis e bombeiros iniciada na noite de anteontem.
Dezessete PMs foram presos ontem, outros 129 foram indiciados sob suspeita de se recusar a cumprir as funções, crime previsto no Código Militar. Mais 123 bombeiros foram indiciados e devem ser presos, diz o comando.
Oito PMs líderes do movimento e um cabo bombeiro estão detidos no presídio de segurança máxima Bangu 1. Uma ala foi separada para manter o grupo isolado.
Ao contrário dos colegas da Bahia, os policiais e bombeiros do Rio não fazem ameaças quanto à realização do Carnaval.
Em entrevista pela manhã, afirmaram não ter intenção de "atrapalhar" a festa. À noite, carros da PM acompanhavam o desfile do bloco Cordão do Bola Preta.
A ação do governo esfriou a greve. Durante o dia, carros da PM circulavam pelas ruas.
Nos postos de salva-vidas na orla, oficiais ocupavam o lugar de grevistas.
"Foi uma tentativa que não teve êxito, pois eles têm consciência do que fizemos e da responsabilidade que têm com os 16 milhões de habitantes do Estado", disse o governador Sérgio Cabral (PMDB).
Além das prisões, Cabral reduziu os prazos para apuração, julgamento, recurso e aplicação de penalidades administrativas contra PMs e bombeiros feitos pelo conselho de Disciplina das duas corporações.
O processo de expulsão, que poderia durar 20 dias, foi reduzido a cinco.
O ministro José Eduardo Cardoso (Justiça) disse que as greves no Rio e na Bahia não se estenderão para outros Estados.
"Não tenho dúvida de que o Carnaval transcorrerá em absoluta normalidade em todos os Estados."

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