MP investigará esquema de 'fura fila' da saúde em Sorocaba, SP


Documentos comprovam que vereadores ‘furaram fila’ de atendimento.

Parlamentares negam irregularidades no procedimento.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
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O promotor da defesa do patrimônio público, Orlando Bastos Filho, informou nesta sexta-feira (09) que vai abrir um inquérito para investigar a denúncia de que vários vereadores de Sorocaba, interior de São Paulo, estariam utilizando a influência política para acelerar o agendamento de consultas e exames na saúde pública. Os beneficiados eram pessoas que procuravam os parlamentares na câmara e eram passados à frente na fila de espera por exames.

Entenda o caso
A denúncia foi apresentada em reportagem do Tem Notícias e repercutiu, inclusive, na Ordem dos advogados do Brasil. “O vereador deveria trabalhar incansavelmente para melhorar o sistema único de saúde, para que estas filas nunca existissem”, afirma o presidente da OAB de Sorocaba, Alexandre Ogusuk, que deve auxiliar o Ministério Público na investigação.
Documentos obtidos pela reportagem mostram que a prática era adotada por vários apresentadores: Cláudio do Sorocaba 1 (PR), Pastor Luís Santos (PMN), Emílio Souza de Oliveira, conhecido como Ruby (PSC), Francisco Moko Yabiku (PSDB) e o presidente da Câmara, José Francisco Martinez (PSDB).

O vereador Cláudio do Sorocaba 1 emitiu um ofício solicitando uma consulta com um “especialista em glaucoma” para uma pessoa que o procurou. Ele optou por não se manifestar sobre o assunto.
Já o vereador Pastor Luiz Santos responde à reportagem dizendo que faz os encaminhamentos para não ficar omisso diante de eventuais falhas no atendimento à população.

Emílio Souza de Oliveira, o vereador Ruby, diz que recebeu uma pessoa no gabinete que pediu um adiantamento de uma cirurgia, mas que nome e edereço desta pessoa não existiam nos cadastrros de consulta. O caso, segundo o vereador, foi encaminhado para análise da Secretaria da Saúde.

O vereador Yabiku alega que atende no gabinete as pessoas que não sabem a quem procurar quando não conseguem um atendimento ágil e por isso faz a solicitação, justificando que está tudo dentro da lei.

O presidente da Câmara, José Francisco Martinez disse que seu gabinete não emite ofício com fins de privilegiar pessoas no atendimento do SUS e que tudo o que faz é documentado de forma transparente.

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