Sorocaba registra a 1ª morte no ano provocada pelo vírus da gripe H1N1



Mulher de 54 anos morreu no dia 14 de maio, mas há mais dois casos suspeitos

 Jornal Cruzeiro do Sul
Daniela Jacinto daniela.jacinto@jcruzeiro.com.br 
Uma mulher de 54 anos morreu vítima do vírus Influenza A/H1N1, popularmente conhecido como gripe suína, em Sorocaba no dia 14 de maio. A informação foi confirmada ontem pela Vigilância Epidemiológica do município. Há dois casos de suspeita, cujo resultado deve sair em uma semana. Assim como acontece com todas as doenças infecciosas, os pacientes estão internados e em isolamento. Ainda ontem foi divulgado pela imprensa sobre a morte de um adolescente de 17 anos, porém a informação não foi confirmada por nenhum dos órgãos de saúde, nem municipal e nem estadual. Em todo o Estado de São Paulo foram registrados quatro óbitos e 18 casos confirmados da doença. A Secretaria de Estado não tem informações específicas sobre as cidades onde os casos foram notificados e nem onde foram registradas as mortes. 

No ano passado, com a vacina, Sorocaba não registrou nenhum óbito. Em 2010, quando a doença já estava controlada e foram iniciadas as campanhas de vacinação, foram dois óbitos. Já em 2009, período de pandemia da doença, as autoridades contabilizaram 11 mortes. Apesar de não ter tido o registro de nenhum óbito em 2011, a informação sobre a morte por H1N1 ocorrida este ano não foi divulgada antes por não ser considerada relevante pela Vigilância Epidemiológica municipal. "Não nos sentimos na obrigação de divulgar coisas quando não nos perguntam, então só alertamos quando a doença coloca em risco a saúde pública, como fazemos com os casos de dengue", disse a diretora da Área da Vigilância em Saúde do município, Consuelo Matiello. 

Conforme ela, uma morte em uma cidade com população de 600 mil habitantes não é motivo para alarde. "O que as pessoas têm de entender é que a gripe sempre matou e vai continuar matando, infelizmente é assim. Seja pelo H1N1, H3N2, etc. Gripe é diferente de resfriado, então a prevenção tem de ser constante. Se o governo federal investe em campanha de vacinação há mais de 10 anos não é à toa", afirma. 

Consuelo não informou o bairro da mulher que morreu para evitar que a vítima e sua família sofram preconceito. "Não ajuda em nada, não é uma informação relevante", disse, acrescentando que também não divulgaria as idades e o bairro dos casos suspeitos pelo mesmo motivo. "Não faz diferença para essa doença. No caso da dengue é importante divulgar porque tem a presença do mosquito. Já com relação à gripe é diferente, independente do bairro a doença estará em qualquer lugar, portanto os cuidados com a higiene todos têm de ter, independente se o vizinho estiver ou não doente", ponderou. 

Ainda de acordo com Consuelo, as pessoas não precisam esperar ter óbito ou pandemia se podem, antes disso, evitar a doença. "Então todos que tiverem a chance de se prevenir, devem fazer isso. Este ano, pelas características do verão e inverno secos, estamos tendo uma incidência maior de doenças respiratórias." Os casos de suspeita da H1N1 são detectados quando a pessoa já está internada. "Hoje, se não tiver internado, não se colhe mais exames. A H1N1 é uma gripe como as outras tantas e é assim que tem de ser encarada. Muita gente morre de gripe, se pegássemos todos os atestados de óbito que acusam como causa a pneumonia e se tivéssemos feito exame nessas pessoas, teríamos achado mais casos." 

A diretora da saúde recomenda para quem estiver gripado ficar em casa. "O ideal é que as pessoas não circulem muito, mas o que geralmente acontece é que estamos doentes e indo trabalhar, espirrando e tossindo em todo lugar. O problema é que na hora da tosse a pessoa protege a boca com a mão e depois coloca no corrimão da escada", observa, acrescentando que o correto é usar um lenço ao tossir ou espirrar, lavar as mãos sempre, e nos primeiros sintomas de gripe procurar atendimento médico.
Conheça a doença: 
Sintomas Os sintomas da gripe A/H1N1 são similares aos sintomas da gripe comum: febre, tosse, garganta inflamada, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fadiga. 

Recomendações O ideal é cobrir sempre o nariz e a boca ao tossir ou espirrar; utilizar lenços descartáveis e colocar no lixo após o uso; lavar as mãos com frequência com água e sabão; manter uma boa alimentação e hábitos saudáveis. 

Prevenção Para prevenir a doença, a recomendação é lavar com frequência as mãos com água e sabão, especialmente ao tossir, espirrar e limpar o nariz; evitar tocar ou levar as mãos à boca ou aos olhos; e evitar aglomerações ou locais pouco arejados. A vacina da gripe comum também imuniza contra a H1N1.

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