13/08/2025

Tarcísio e o esgosto da SABESP

 



Tarcísio levou a Sabesp para o esgoto. Depois de 1 ano da privatização da empresa, o que temos é uma sucessão inédita de problemas, como o fornecimento de água escura e fétida, aumento exorbitante das tarifas para famílias de baixa renda, rompimento de adutoras e o criminoso despejo de esgoto no rio Tietê. Saiba mais na edição do Conexão PT-SP desta semana.

A FARSA DA PRIVATIZAÇÃO O argumento de que privatização da SABESP traria mais benefícios para a população é mais uma farsa do governo Tarcísio. Vendida como a solução para os investimentos em universalização das redes de água e esgoto, depois de um ano da privatização o que temos é uma sucessão inédita de problemas. A piora do serviço tem ocorrido numa sequência de situações bizarras, que começou com o fornecimento de água escura e fétida, seguida do aumento exorbitante das tarifas para famílias de baixa renda não inscritas no CADÚNICO.

O rompimento de uma adutora de água na Freguesiado Ó inundou ruas e casas e,recentemente, houveinterrupção do fornecimentode água para vários bairrosde Itapecerica da Serra, semque os moradores fossemsequer socorridos comcaminhões-pipa.

No último fim de semana de junho, assistimos a mais cenas estarrecedoras: o despejo de enorme volume de esgoto pela Sabesp no Rio Tietê e a defesa do crime pelo governador Tarcísio. Sim, a Sabesp cometeu um crime ao optar pela forma mais barata de reparar a adutora, desviando os dejetos coletados diretamente para rio. Uma situação deste tipo exige procedimentos claros, fixados por lei, que não foram seguidos. Apenas no início de agosto, a Cetesb e a Arsesp anunciaram multas.

A realidade crua é que a privatização piorou o serviço da empresa. Nos últimos anos, ocorreram rompimentos de adutoras, mas não havia falta prolongada de água, desvio de esgoto para rios, inundação de casas e ruas ou fornecimento de água deteriorada. A Sabesp privatizada trocou uma manutenção mais custosa, porém eficaz, pelo desvio da legislação ambiental e pelo prejuízo ao consumidor. Optou pelo mais barato e teve o apoio explícito de Tarcísio, o comandante de um escandaloso processo de privatização.

Em julho de 2024, quando o governo do Estado abriu mão do controle, a Sabesp era empresa mista de controle estatal, rentável, bem administrada e com capitalização de mercado acima R$ 56,20 bilhões. Suas ações eram transacionadas a R$ 82,00. O valor negociado pelo controle da empresa foi de R$ 67,00 ou R$ 6,9 bilhões pela venda de 15% das ações, tendo a Equatorial como a única concorrente. Estranhamente, as grandes empresas de saneamento ficaram fora.

Para completar esse quadro obscuro, o Banco BTG foi o coordenador da oferta ao público de outros 17% das ações da empresa, ao mesmo preço. Houve deságio na venda do controle, algo inédito para empresas de qualidade e, depois, na venda ao público, mesmo que neste caso a demanda tenha sido de mais de R$ 200 bilhões para uma oferta de ações de apenas R$ 7,9 bilhões. A lei da oferta e da procura não funciona com Tarcísio e André Esteves, um desafio para a “ciência econômica”.

No dia 07/08 último, a ação foi negociada a R$ 111,50, uma valorização de 66,7%, depois de alcançar R$ 122,00 em junho, desencadeando, então, uma onda de vendas e realização de lucros de 82% para os “sortudos sorteados” pelo BTG. Enquanto isso, a população paulista amarga tarifas exorbitantes, falta d’água e rios poluídos por dejetos de esgoto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário