Precisava escrever algo, tá engasgado…*
Parabéns aos envolvidos na PEC da Bandidagem.
Aplausos para quem conseguiu a proeza de envergonhar até os mais calejados da política brasileira.
Confesso: doeu ver parlamentares do meu próprio Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras votando SIM. Primeiro o choque, depois o esforço de entender. Li, reli, escutei justificativas… mas já refeita do susto, declaro: NENHUMA narrativa convence. Nenhum acordo compensa ser conivente com a criminalidade. Quem votou sim é conivente com a impunidade de corruptos, de criminosos e também de agressores de mulheres.
Mesmo sem os votos do PT, essa atrocidade passaria do mesmo jeito, porque não temos maioria. Mas justamente por isso é que devíamos ter VERGONHA NA CARA. Não é porque vamos perder que temos que perder a dignidade junto.
E ainda tentaram justificar dizendo que era parte de um acordão, de uma sinalização qualquer. Mas esse tal acordo deu tãoooo certo, que no dia seguinte Hugo Motta pautou a urgência da anistia. Resultado? A vergonha de quem cedeu foi ainda maior.
E agora sobra para nós, da militância, sermos cobrados para defender o indefensável.
E vamos ser diretos: se essa PEC passa, o Congresso vira praticamente um paraíso da impunidade. Já pensou no que significa colocar nas mãos dos próprios políticos a decisão de quem pode ou não ser investigado? É abrir a porta para que máfias, facções, milícias e quadrilhas com rios de dinheiro passem a investir pesado em candidaturas, transformando a Câmara e o Senado em verdadeiros refúgios de criminosos engravatados.
E aqui está o ponto central: quando votamos a favor de algo assim, nos igualamos a eles. Desses setores reacionários e corruptos já não esperamos nada diferente. Mas dos nossos, esperamos coerência, coragem e compromisso com a democracia e com o povo.
Repito: com fascista não se negocia. Se combate. Essa foi a lição que aprendemos com Lula: não trocamos nossa liberdade pela nossa dignidade.
Lamento profundamente. Mas não vou me calar.

Nenhum comentário:
Postar um comentário