24/05/2011

Fiesp, CUT e Força Sindical se unem contra desindustrialização

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
A concorrência com os importados e o real extremamente valorizado, na opinião da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), levaram trabalhadores industriais a reeditar pacto da época da abertura comercial, em 1992.
O grupo reúne CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e Fiesp e tem como objetivo expor ao governo o que foi classificado por eles como desindustrialização.
"O Brasil está bem no comércio, nos serviços, mas na indústria a situação é grave. Estamos virando um país de apertadores de parafuso", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.
Segundo ele, muitas indústrias estão optando por importar auto-peças a fabricar no Brasil. Isso tem provocado uma piora na qualidade dos postos de trabalho no país.
A força-tarefa montada pelo setor industrial levará o governo uma série de reinvidicações, que incluem desde desonerações tributárias para empresas e empregados até a redução da taxa básica de juros.
Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a cada ponto percentual de aumento na taxa Selic, o Brasil paga, por ano, R$ 20 bilhões a mais em juros.
A desoneração de 20% do INSS na folha de pagamento de toda a indústria, segundo ele, não chega a esse montante. "Se podemos pagar R$ 240 bilhões por ano em juros, por que não se pode tomar medidas emergenciais que vão preservar a indústria?"
Skaf ressaltou que a indústria representa 17% do PIB (produto interno bruto), mas arrecada 37% do total de impostos pagos.
"Está na hora do governo atender aquele setor que está necessitando. E ele reconhece isso, devido ao dólar barato no Brasil, que rouba artificialmente a nossa competitividade", afirmou.

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