MP aguarda perícia em computadores do CHS para concluir inquérito e oferecer denúncia por fraudes em licitações e plantões médicos
José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo
SOROCABA
Epitacio Pessoa/AE-22/6/2011
Caos. Conjunto Hospitalar de Sorocaba está com a portaria principal fechada por causa de irregularidades, o que causa desembarque de doentes graves na rua
O Ministério Público Estadual (MPE) vai denunciar pelo menos 50 pessoas por envolvimento nas fraudes em licitações e plantões médicos do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).
O número de acusados é quatro vezes superior ao de pessoas presas por suspeita de participação nas fraudes, durante a Operação Hipócrates, deflagrada no dia 16 de junho. Na ocasião, a Polícia Civil prendeu 12 pessoas, entre elas o então diretor do CHS, o médico Heitor Consani, e dois ex-diretores.
"Não tenho dúvida de que a denúncia vai causar um impacto bem maior que a própria operação", afirmou o promotor Wellington Veloso, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Para não retardar a avaliação das provas pela Justiça, os promotores do Gaeco decidiram dividir as investigações em duas fases. "Serão denunciadas cerca de 50 pessoas nessa primeira fase, mas vamos continuar investigando outros nomes suspeitos", disse Veloso.
Para encerrar o primeiro inquérito, o MP aguarda os laudos da perícia que está sendo feita pelo Instituto de Criminalística (IC) nos computadores apreendidos na operação. Apenas do computador central do CHS foram copiados 400 mil arquivos.
O pente-fino deve demorar pelo menos mais duas semanas. As denúncias incluem crimes como peculato, fraude em licitação, tráfico de influência, falsificação de documentos e formação de quadrilha. As 12 pessoas presas inicialmente já foram libertadas - todas negam as acusações.
Mesmo sob intervenção da Secretaria da Justiça do Estado, decretada após a Operação Hipócrates, o Conjunto Hospitalar de Sorocaba, maior hospital da região, continua em situação de caos. Na terça-feira, ambulâncias foram flagradas "descarregando" doentes sem condições de locomoção em plena rua. As macas e cadeiras de rodas eram empurradas pela via pública até a entrada do hospital. As cenas revoltaram motoristas e transeuntes. O paciente Zacarias de Paula, que havia passado por quimioterapia, desmaiou na calçada. Mesmo estando na frente do hospital, ele teve de esperar a chegada de uma unidade do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), deslocada de outra região.
Motoristas das ambulâncias alegam que a direção não permite a entrada dos veículos para deixar os doentes sem locomoção na porta do ambulatório.
Manobras. A portaria principal do hospital está fechada desde janeiro, porque a empresa que cuidava da entrada estava irregular e teve o contrato rescindido. O diretor do CHS, Reinaldo Licciardi, disse que há um local para a entrada de ambulâncias com pacientes que não podem andar, mas os motoristas preferem parar na rua para evitar manobras.
Segundo ele, a portaria principal será reaberta em 90 dias, quando termina a licitação para uma nova empresa. Ele afirmou que o hospital recebe 3 mil pacientes por dia de 48 municípios e, em alguns horários, há um acúmulo de ambulâncias.
Máfia na Saúde em Sorocaba provocou prejuízo de R$ 100 milhões.
do jornal da estância
Em 16 de maio ministério Público fez uma operação para prender 13 pessoas que de acordo com a nota do Ministério Público Paulista:
“A operação é resultante de investigação iniciada em setembro do ano passado e que esclareceu uma série de crimes cometidos por uma quadrilha que se instalou no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). A organização criminosa, chefiada pelo ex-diretor do CHS, Ricardo José Salim, desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do Conjunto Hospitalar, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam com suas jornadas de trabalho.
As investigações também revelaram a existência de funcionários fantasmas e a prática de falsificações, estelionato e fraudes a licitações, com favorecimentos e direcionamentos de certames.”
As investigações também revelaram a existência de funcionários fantasmas e a prática de falsificações, estelionato e fraudes a licitações, com favorecimentos e direcionamentos de certames.”
Depois das prisões, os jornais de Sorocaba publicaram que as denuncias foram feitas em 1998 e somente agora começam a ser investigadas, descobriu-se que havia médicos que trabalhavam 220 horas por semana, inclusive acumulando trabalho com hospitais e ambulatórios médicos geridos por Organizações Sociais, o que aponta a possibilidade do mesmo esquema ser muito amplo.
Além disto, o secretário dos Esportes do governo Alckmin, Jorge Pagura, o mesmo acusado de envolvimento no esquema do PAS, no governo Maluf, e que gerou prejuízo de algo como R$ 2bilhões aparece envolvido neste esquema. A imprensa não perguntou, mas vale raciocinar o governador não sabia quem estava nomeando ???
A rede Record, com informações do ministério público, calcula em mais de R$ 100 milhões o prejuízo para o erário público. Além disto, até não se sabe quais as empresas que fraudavam licitação, como aponta a nota do Ministério Público.
Dilma age rápido e acaba com a corrupção, já Alckmin e o PSDB demoram treze anos para investigar á máfia do jaleco branco.
O Estadão trás informação que a revelação sobre a corrupção no ministério dos transportes foi feita a partir de denúncias de empresários ao Palácio do Planalto. Por isso, a rapidez da presidente em afastar os envolvidos e apurar as fraudes. Esta atitude merece aplausos, mas a mesma rapidez precisa chegar à terra dos intrépidos Bandeirantes, que dorme em berço esplendido.
O PSDB age diferente, as denúncias da máfia do jaleco branco remotam a 1998, ou seja, a mais de 13 anos se sabia do esquema e este foi empurrado para baixo do tapete. Ou seja, o s secretários de saúde e os governadores Mário Covas, Alckmin e Serra foram coniventes e protegeram os denunciados. Mais absurdo é pensar que desde 2008, várias empresas como a Unihelth e Halex Istar, do irmão do governador de Goiás,, são investigadas pelo Ministério Público, e somente agora 3 anos depois o contrato em Sorocaba foi cancelado. Mas e nos demais hospitais, como o Dante Pazanezzi?
Mas a imprensa não divulga nenhuma linha sobre os demais contratos em outros hospitais, visto que o próprio Ministério Público menciona 11 hospitais. Como vemos o Ministério Público e o governo do Estado, são muitos "ágeis" nesta investigação que na verdade apura a ação da máfia dos parasitas da saúde.
Para o cúmulo do absurdo, o governador Alckmin diz que sabia com antecedência do esquema, ou seja, como ele não tomou providência e não cancelou os contratos? Será que estas empresas não são ligadas a políticos importantes para ficarem sem punição durante tanto tempo? Vale lembrar que o prefeito de Sorocaba, Victor Lippi, no momento da prisão dos integrantes deste esquema, defendeu-os com unhas e dentes. Por que será?
Estas perguntas precisam ser respondidas para que a impunidade não permaneça.
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