05/08/2011

PF prende fraudadores da Receita na região



Agentes cumpriram mandados em Osasco, Barueri, Sorocaba e Itapetininga

Marcelo Roma
      marcelo.roma@jcruzeiro.com.br

Esquema de fraudes na Receita Federal pode ter permitido a sonegação de R$ 3 bilhões em impostos desde 2003. A Polícia e a Receita Federal prenderam ontem oito pessoas acusadas de formar uma quadrilha, na Operação Paraíso Fiscal. Dos oito acusados, cinco são auditores da Receita que trabalhavam na delegacia de Osasco. As prisões (seis preventivas e duas temporárias) foram cumpridas em Osasco, Barueri, Sorocaba e Itapetininga. 

Em Itapetininga, a PF prendeu um auditor de Osasco que tem casa na cidade, e em Sorocaba um empresário que atuaria como doleiro. Os nomes dos acusados não foram divulgados. Os agentes da PF e da Receita também apreenderam documentos. As investigações começaram no início do ano pois os servidores possuiriam patrimônio incompatível com a renda, conforme o Setor de Comunicação Social da PF. Os mandados da operação foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

Os investigados teriam montado uma esquema de venda de fiscalizações e advocacia administrativa, "com autos de infração em valores menores que os devidos, ocultando tributos ou períodos de dívidas fiscais", de acordo com a PF. "Há indícios que empresários eram abordados pelos servidores públicos, que deixariam de autuá-los em troca de vantagens financeiras vultosas. Os investigados também agiriam invalidando autos de infração já lavrados."

A investigação apurou que os auditores moravam em casas de alto padrão, viajavam com frequência e mantinham contas em bancos no Exterior. A operação desencadeada ontem resultou na apreensão de R$ 12 milhões em dinheiro em escritórios e nas casas dos acusados, além de 11 veículos. A maior apreensão aconteceu na casa de um auditor em Alphaville, Barueri: R$ 2,5 milhões e mais US$ 2,5 milhões, encontrados no telhado.

Os auditores escondiam os maços de notas em lugares insuspeitos, como em caixinhas de leite. Os servidores da Receita são acusados de violação de sigilo, corrupção, advocacia administrativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O nome da operação vem do "paraíso fiscal" que teria se criado na região submetida à Delegacia da Receita Federal em Osasco.

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