Christiane Samarco, Rafael Moraes Moura e Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Pela quinta vez em oito meses de governo, a presidente Dilma Rousseff demitiu um de seus ministros. O titular do Turismo, deputado federal Pedro Novais (MA), que fora levado até a Esplanada abençoado pelo PMDB e por seu padrinho José Sarney, entregou sua carta de demissão por volta das 18h. No final da noite, o partido indicou, depois de uma disputa acirrada entre as facções da legenda, o deputado Gastão Vieira, também maranhense e apadrinhado do presidente do Senado.
Renato Araújo/Ag. Brasil - 01.06.2011
Gastão Vieira estava em seu quinto mandato como deputado federal
Desgastado dentro do governo desde que oEstado mostrou, ainda antes de sua posse, que ele havia usado a verba indenizatória da Câmara para cobrir despesas pessoais em um motel, Novais não resistiu à revelação de que usara também a verba para bancar uma empregada particular e o motorista de sua mulher, como mostrou reportagem do jornalFolha de S.Paulo.
Entre uma revelação e outra, a Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal, prendeu em agosto o então secretário executivo do ministério, Frederico Costa, e ampliou o desgaste. Nos últimos dias, Novais perdeu apoio também dentro do PMDB e se tornou vítima da "faxina" promovida pelo Planalto, que tem como alvo funcionários suspeitos de irregularidades.
Pouca experiência. Vieira, o substituto está no quinto mandato como deputado e, conforme seu currículo, possui pouca experiência na área do turismo. Sua principal credencial é a relação com o presidente do Senado e a indicação só ocorreu após a cúpula do PMDB ter tentado emplacar outros nomes, todos vetados previamente.
No meio da tarde de quarta-feira, 14, a quinta baixa na equipe ministerial abriu uma disputa na cúpula do PMDB, com o vice-presidente Michel Temer e o líder na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), protagonizando uma queda de braço para fazer o sucessor de Novais.
Depois de um dia nervoso de negociações entre o Palácio do Planalto, a cúpula do PMDB e a bancada do partido na Câmara, os peemedebistas ainda tentaram passar a bola à presidente. Por volta das 20h, Temer levou a Dilma a decisão da bancada de não sugerir ninguém, deixando para ela o eventual desgaste da escolha entre os 80 deputados.
Dilma não aceitou a proposta que "imunizaria" o escolhido e fez seu vice voltar ao PMDB para lhe trazer um nome. O escolhido foi secretário de Educação do governo Roseana Sarney no Maranhão, que sempre focou sua atuação parlamentar no setor educacional.
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