Falta de médicos no dia de morte de bebê é investigada


Médicas do hospital depois de prestar depoimento

Josmar Jozino e Fernanda Barbosa

do Agora
A Polícia Civil investiga se havia médicos de plantão nas UTIs semi-intensiva e neonatal do Hospital Municipal e Maternidade Professor Mario Degni, na zona oeste, na madrugada do último dia 7.
Na ocasião, o bebê Kauê Abreu dos Santos, de 13 dias, morreu após receber leite materno na veia.
Segundo o delegado-titular do 51º DP (Butantã), Guaracy Moreira Filho, há informações de que não havia médicos plantonistas no dia do episódio.
"Vamos pedir as imagens das câmeras do circuito interno e as fichas de atendimento médicos, para saber realmente quem estava em serviço", afirmou.
O delegado disse, no entanto, que duas médicas pediatras foram ouvidas ontem e afirmaram, em depoimento à polícia, que estavam trabalhando no plantão.
A Secretaria Municipal da Saúde não respondeu ontem se havia ou não médicos na unidade quando o acidente ocorreu.
Resposta
O advogado Roberto Vasconcelos da Gama disse que sua cliente, a auxiliar de enfermagem Maria Neuza Nery, não se lembra nem se dá conta do que pode ter acontecido com o bebê. "Ela não tem como precisar o que houve para dar com certeza o que aconteceu."
Gama disse que ela não apareceu ontem para depor por dois motivos: primeiro, porque a intimação foi enviada ao hospital, só que ela foi demitida; segundo, porque está traumatizada.
Ainda segundo o advogado, Maria Neuza tem 20 anos de profissão, é experiente e considerou injusta sua demissão.
Na opinião do advogado da auxiliar de enfermagem, a criança poderia ter sido salva depois de passar mal se houvesse estrutura no hospital. Vasconcelos da Gama afirmou, ainda, que Maria Neuza tinha saído para jantar quando a criança começou a passar mal.
A Secretaria Municipal da Saúde informou, por meio de nota, que "considera inaceitável" esse tipo de ocorrência, que lamenta a morte do bebê e que realiza cursos de capacitação continuada aos profissionais.

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