Jornal Cruzeiro do Sul
Samira Galli
samira.galli@jcruzeiro.com.br
Pelo menos a curto prazo, a situação dos pacientes das 48 cidades da região que vem fazer tratamento no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) não será resolvida. Além das viagens -- longa na maioria das vezes -- eles encaram uma dura rotina nas calçadas próximas aos hospitais, pela falta de um local adequado para descansar e passar o dia. Mas nem a Prefeitura nem o Governo do Estado se manifestaram de maneira pontual e concreta para resolver o problema dessas pessoas. Por enquanto, o único recurso que os pacientes contam é o café da manhã oferecido pela Paróquia São Lucas, através do Centro Social São Camilo.
A situação dos pacientes da região foi registrada na edição da última quarta-feira pelo jornal Cruzeiro do Sul. Cansados, eles contaram à reportagem que passam calor, frio, fome, mal-estar (muitas vezes por causa dos próprios tratamentos ou problemas de saúde) e não têm nem banheiro disponível. Por causa do problema, o Centro Social São Camilo oferece há seis anos café da manhã aos pacientes e acompanhantes no salão da Paróquia São Lucas, de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h. Café com leite, pão com manteiga e banana são entregues gratuitamente, independente da religião. "Até hoje nunca houve resistência dos usuários por ser dentro da igreja. O projeto está lá para ajudar a todos", afirma o pároco Tacílio Ferreira Gomes.
Além do café da manhã, a paróquia fica aberta das 6h até as 20h30 e, de acordo com o padre, o movimento é intenso durante todo o dia. "Em dias como esses, por exemplo, em que o sol está muito quente, muitas pessoas ficam descansando lá dentro, encostadas. Algumas até cochilam, outras aproveitam para comer alguma coisa dentro da igreja mesmo. Hoje de manhã havia uma jovem trocando a frauda do bebê no banco da igreja. A gente não faz nenhuma crítica, mesmo porque não tem para onde ir, né?", conta. Para o pároco da São Lucas, o movimento não incomoda, nem durante o horário da missa diária, às 7h. "Quem entra na igreja nesse horário participa da missa e já fica para o café da manhã", diz.
Resposta
O Departamento Regional de Saúde de Sorocaba afirma que a situação é causada pelos próprios municípios, já que a responsabilidade de organizarem o fluxo de encaminhamento de seus pacientes ao CHS é deles. E a maioria faz o transporte de pacientes de uma só vez, mesmo que os horários agendados no CHS para consultas e procedimentos tenham intervalos de várias horas. "O DRS entende que esta é uma questão relacionada à assistência social, mas está aberto para discutir com secretarias municipais de saúde da região uma forma de aprimorar o fluxo de encaminhamento dos pacientes ao hospital, além de estudar, em parceria com os gestores, a viabilidade de uma casa de apoio", afirma a nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde. Já a Prefeitura afirma que a secretária da Cidadania, Maria José Lima, fará gestões juntos a parceiros de Sorocaba e região para resolver o problema dessas pessoas "de uma forma humanitária."
samira.galli@jcruzeiro.com.br
Pelo menos a curto prazo, a situação dos pacientes das 48 cidades da região que vem fazer tratamento no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) não será resolvida. Além das viagens -- longa na maioria das vezes -- eles encaram uma dura rotina nas calçadas próximas aos hospitais, pela falta de um local adequado para descansar e passar o dia. Mas nem a Prefeitura nem o Governo do Estado se manifestaram de maneira pontual e concreta para resolver o problema dessas pessoas. Por enquanto, o único recurso que os pacientes contam é o café da manhã oferecido pela Paróquia São Lucas, através do Centro Social São Camilo.
A situação dos pacientes da região foi registrada na edição da última quarta-feira pelo jornal Cruzeiro do Sul. Cansados, eles contaram à reportagem que passam calor, frio, fome, mal-estar (muitas vezes por causa dos próprios tratamentos ou problemas de saúde) e não têm nem banheiro disponível. Por causa do problema, o Centro Social São Camilo oferece há seis anos café da manhã aos pacientes e acompanhantes no salão da Paróquia São Lucas, de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h. Café com leite, pão com manteiga e banana são entregues gratuitamente, independente da religião. "Até hoje nunca houve resistência dos usuários por ser dentro da igreja. O projeto está lá para ajudar a todos", afirma o pároco Tacílio Ferreira Gomes.
Além do café da manhã, a paróquia fica aberta das 6h até as 20h30 e, de acordo com o padre, o movimento é intenso durante todo o dia. "Em dias como esses, por exemplo, em que o sol está muito quente, muitas pessoas ficam descansando lá dentro, encostadas. Algumas até cochilam, outras aproveitam para comer alguma coisa dentro da igreja mesmo. Hoje de manhã havia uma jovem trocando a frauda do bebê no banco da igreja. A gente não faz nenhuma crítica, mesmo porque não tem para onde ir, né?", conta. Para o pároco da São Lucas, o movimento não incomoda, nem durante o horário da missa diária, às 7h. "Quem entra na igreja nesse horário participa da missa e já fica para o café da manhã", diz.
Resposta
O Departamento Regional de Saúde de Sorocaba afirma que a situação é causada pelos próprios municípios, já que a responsabilidade de organizarem o fluxo de encaminhamento de seus pacientes ao CHS é deles. E a maioria faz o transporte de pacientes de uma só vez, mesmo que os horários agendados no CHS para consultas e procedimentos tenham intervalos de várias horas. "O DRS entende que esta é uma questão relacionada à assistência social, mas está aberto para discutir com secretarias municipais de saúde da região uma forma de aprimorar o fluxo de encaminhamento dos pacientes ao hospital, além de estudar, em parceria com os gestores, a viabilidade de uma casa de apoio", afirma a nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde. Já a Prefeitura afirma que a secretária da Cidadania, Maria José Lima, fará gestões juntos a parceiros de Sorocaba e região para resolver o problema dessas pessoas "de uma forma humanitária."
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