Aluna tem parada cardíaca e morre dentro de faculdade


Folha de S.Paulo

A universitária Angelita Pinto Simões Caldas, 28 anos, morreu anteontem à noite em uma sala de aula na FMU (Faculdades Metropolitanas) do Itaim Bibi (zona oeste).
Ela passou mal, teve uma parada cardíaca e desmaiou. Foi socorrida primeiro por alunos e, depois, por bombeiros e Samu.
O marido dela, José Carlos dos Santos, 44 anos, afirma que a instituição não tinha estrutura para atendê-la ali. Há versões diferentes para o tempo que a universitária levou para ser atendida.
A FMU diz que o resgate levou 14 minutos para chegar a partir da constatação de que ela passava mal.
O professor Alfredo Meletti, 47, que dava aula no momento do ocorrido, disse à polícia que foram 42 minutos.
Atendimento rápido é essencial para parada cardíaca: o paciente tem que ser atendido nos primeiros cinco minutos. A cada minuto, a chance de sobrevivência cai 10%, dizem especialistas.
Desfibrilador
Um desfibrilador ajudaria a tentar reanimá-la. Por lei, instituições como a FMU são obrigadas a ter o equipamento e deixá-lo a no máximo cinco minutos de distância de quem precisar.
Angelita não foi atendida com o aparelho; ela recebeu massagens de uma aluna.
O depoimento de um funcionário da FMU põe em xeque o atendimento prestado pela instituição.
Sergio Conti, coordenador do curso de ciências contábeis, disse que um bombeiro civil da FMU estava de plantão, mas, por "razões que desconhece", não atendeu Angelita.
Roberta Reis Lima, amiga da universitária, disse ainda que dois funcionários da FMU impediram que a vítima fosse levada ao hospital.
O marido disse que irá processar a faculdade.
Angelita tinha arritmia cardíaca "há muito tempo" e parou de tomar remédios havia um mês, após orientação médica.
Resposta
A FMU disse que procurou ajuda três minutos após saber que Angelita Pinto Simões Caldas estava se sentindo mal, mas não informou por que o desfibrilador não foi usado, por que o bombeiro civil não atendeu a aluna e se os amigos foram impedidos de socorrê-la.
Disse que foi comunicada pelo professor de Angelita que a universitária estava passando mal às 21h30 de anteontem e que acionou Bombeiros, Polícia Militar e Samu às 21h40.
Ainda segundo a universidade, o Corpo de Bombeiros foi o primeiro a chegar, às 21h51.
O Samu chegou às 22h05. A instituição lamentou a morte da aluna.


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