Bruno Bocchini – Repórter da Agência Brasil
Movimentos Populares da área da saúde fizeram hoje (3), no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, um ato em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). A ação, denominada Por um SUS do Tamanho do Povo Brasileiro: Sem Temer", faz parte da Semana de Mobilizações em Defesa do SUS e da Seguridade Social, e foi organizada por entidades que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
“O governo está dizendo que o SUS é grande demais, que gasta mais dinheiro do que podia, e que a gente tem hoje um sistema que não pode arcar com o que promete e, que por isso, tem de ser reduzido”, destacou Tiago Silva, do movimento Médicas e Médicos Populares.
“Mas o SUS é um sistema que ampliou o direito à saúde com posto de saúde, hospital, UPA [unidade de pronto-atendimento], Caps [centros de atenção psicossocial], tudo isso em poucos anos, do ponto de vista histórico. E se a gente for ver, isso está para ser destruído. O pouco que nós conseguimos, neste momento está em risco”, acrescentou o médico.
Os manifestantes, que se concentraram sob o vão-livre, portavam cartazes com dizeres como “Saúde não é negócio, é um direito”, “Sou a favor do SUS e contra o golpe” e “o SUS não é de partido político, é do povo brasileiro”.
Para a doutora em ciência política e ex-presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Sonia Fleury, o que está em jogo é o destino dos recursos públicos, que também financiam o SUS. “O que está em disputa no país em todos esses anos, e agora com muito mais clareza, é a disputa sobre os fundos públicos. Onde vão ser alocados os fundos públicos”, disse. “Nós vamos só pagar dívida, a rentabilidade do capital financeiro e as isenções tributárias, ou nós vamos também cuidar da população como parte dos direitos de cidadania?”, questionou.
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