“Não renunciarei”, diz Temer no Planalto; Joesley contou a ele detalhes de como tentou bloquear investigação; ouça a gravação

viomundo

18 de maio de 2017 às 16h20


Transcrição do principal trecho:
Joesley Batista — Eu tô lá me defendendo. Como é que eu… O que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora: eu tô de bem com o Eduardo…
Michel Temer — Tem que manter isso, viu?
Joesley Batista — Todo mês…
Temer diz algo inaudível até o momento
Joesley Batista — ….também… Eu tô segurando as pontas, tô indo. Tem os processos. Eu tô meio enrolado aqui, né, no processo, assim.
Michel Temer — Inaudível
Joesley Batista — Isso, isso. É, eu tô investigado, não tenho ainda a denúncia. Aqui eu dei conta de um lado o juiz, dá uma segurada. Do outro lado o juiz substituto, que é um cara que fica… Tô cuidando dos dois. Consegui dentro da força-tarefa também, [um procurador] tá me dando informação. E lá que eu tô pra dar conta de trocar o procurador. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal, o lado ruim é que se vem um cara com raiva, que não sei o quê… Bom, o que tá me ajudando tá bom. Beleza. Eu consegui colar um no grupo, agora eu tô tentando trocar…
Da Redação
Em rápido discurso esta tarde no Palácio do Planalto o usurpador Michel Temer disse que não renunciará, que seu único compromisso “é com o povo brasileiro”, exigiu “investigações rápidas” e se referiu às gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, como “clandestinas”.
Por outro lado, partidos de oposição darão entrada num pedido conjunto de impeachment. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) escreveu:
Fora Temer, Eleições Diretas Já!
O PT, PCdoB, PDT, PSOL, Rede e PSB vão protocolar pedido de impeachment hoje às 17h.
Será assinado por alguns intelectuais do campo progressista como Marcelo Neves, Beatriz Vargas e Eugênio Aragão.
Ao mesmo tempo exigimos a saída imediata de Michel Temer e a aprovação da PEC de Miro Teixeira que convoca eleições diretas para Presidente da República.
O pedido esta baseado na prática de crime de obstrução da justiça, improbidade administrativa e quebra do decoro.
O pedido de impeachment de Michel Temer tem natureza distinta do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
Dilma foi retirada por imputar-lhe um ato administrativo que nunca foi considerado crime, as chamadas “pedaladas fiscais”.
Portanto Dilma não praticou qualquer crime.
Michel Temer foi flagrado pedindo a um empresário para comprar o silêncio de um criminoso.
As provas são fartas, inclusive com a entrega de dinheiro a um intermediário de Temer.
Pela primeira vez as delações são acompanhadas de provas.
Entendemos que em hipótese alguma podemos permitir substituir o povo na escolha de um presidente da república.
Por isso é inadmissível escolher presidente por eleições indiretas. O Congresso Nacional não tem moral para isso.
Aécio Neves (arauto da [i]moralidade), Eduardo Cunha e Michel Temer foram os grandes (i)responsáveis pelo impeachment.
Agora todos pegos praticando crimes.
Fica mais claro que o impeachment foi comprado!
A compra se deu nas eleições de 2014 com dinheiro da Odebrecht.
A segunda fase foi pagar deputados para votar na eleição de Cunha presidente da Câmara Federal em 2015 e finalmente comprar votos durante o processo de impeachment em 2016.
Temer tentou comprar o silêncio de Cunha para ele não contar os bastidores da compra de deputados para aprovar o impeachment.
O PSDB fala agora em sair do governo. Mas é tarde! Afundaram junto com o governo e não tem mais salvação.
Será preciso agora a mais ampla participação popular para exigir “Eleições Diretas Já!” Vamos juntos.
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