Apesar da declaração ressentida, a passagem de
Doria por Belo Horizonte foi marcada de elogios a Alckmin, seu padrinho
político e possível rival em uma disputa interna para ser o candidato ao
Planalto
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Leonardo Augusto, ESPECIAL PARA O
ESTADO, O Estado de S.Paulo
25
Setembro 2017 | 22h32
BELO HORIZONTE - Em
meio à disputa com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pela candidatura
tucana ao Palácio do Planalto no ano que vem, o prefeito de São Paulo, João
Doria, afirmou nesta segunda-feira, 25, em Belo Horizonte, que "fogo amigo
dói pra chuchu".
O tucano desembarcou
na capital mineira para encontro com empresários, mesma agenda cumprida na
cidade por Alckmin uma semana atrás. No último dia 18, o governador de São
Paulo participou de encontro organizado pela Federação das Indústrias do Estado
de Minas Gerais (Fiemg). Doria participou, nesta segunda-feira, de seminário
realizado pelo Instituto de Formação de Líderes (IFL). Antes, ele esteve em
Franca (SP) reunido com empresários do setor calçadista.
O prefeito de São Paulo, João Doria, participa de
evento em Belo Horizonte (MG) Foto: ALBERTO WU/FUTURA PRESS
A reclamação sobre
fogo amigo ocorreu enquanto Doria fazia palestra a empresários, no momento em
que lembrava das eleição para a prefeitura, no ano passado, e de dificuldades
da disputa de prévias, na ocasião. O prefeito lembrou que à época, Alckmin lhe
disse que somente o assumiria como candidato depois que o PSDB tomasse a
decisão de quem seria o nome do partido na disputa.
Apesar da declaração
ressentida, a passagem de Doria por Belo Horizonte foi marcada de elogios a
Alckmin. "Fiquei muito feliz em saber que o governador esteve aqui há uma
semana. Não há a menor possibilidade de nos afastarmos", disse. Dória
voltou a dizer que não gostaria de disputar prévias com p colega de partido.
Assim com Alckmin,
Doria foi recebido na cidade pelo senador Antônio Augusto Anastasia (PSDB). O
prefeito, quem vem visitando várias cidades, negou viajar como pré-candidato do
partido à presidência. "Viajo como prefeito de São Paulo", disse.
Na palestra para os
empresários mineiros Doria disse ainda que "Lula não vai desaparecer por
uma decisão da justiça, a não ser que seja preso. Vai colocar uma marionete pra
ser preposto dele nas eleições", disse. O prefeito voltou a dizer preferir
que Lula dispute as eleições e seja derrotado nas urnas.
Doria voltou a dizer
que petistas não gostam de trabalhar. "A não ser para comprar triplex,
sítio. Para interesses pessoais são maravilhosamente eficientes", afirmou.
O prefeito, ao
comentar sua gestão na cidade de São Paulo, disse que, mesmo contra
"recomendações", falou que trataria de segurança pública, uma
atribuição do estado. Doria chamou a cracolândia de câncer e disse que não
admitiria, na cidade dele, que fosse necessário pedir autorização a traficantes
para limpar a região. "E eu falo. É o PCC", disse se referindo à
facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Aécio. Dória se negou a responder se pretende contar
com apoio do senador Aécio Neves (PSDB) para atrair votos em Minas na hipótese
de se candidatar à presidência. "Tenho respeito e amizade pelo
Aécio", afirmou.
Doria também negou
ter visto problema no fato de ter o título de cidadão honorário de Minas Gerais
negado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, há cerca de um mês.
"Sempre estive aqui. Sempre fui bem recebido. Vou voltar várias
vezes", afirmou.
Sobre a possibilidade de mudar de partido, caso não
consiga se viabilizar na disputa dentro do PSDB, o prefeito afirmou apenas que
o DEM, um possível destino de uma nova filiação, é de "grande valor".
"Aliás, é parte de nossa base no estado de São Paulo e na capital",
afirmou.
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