Caso raro pode ser um ponto de partida para futuros tratamentos. O tumor, que em 2017 media 1,2 cm, hoje é indetectável
247 - Um caso raro de remissão de tumor na hipófise, que ocorreu durante o uso de Cannabis medicinal, pode ser um ponto de partida para futuros tratamentos. Especialistas consideram que os resultados são significativos e podem ser utilizados em investigações científicas para validar se os canabinoides têm esse poder de cura ou não, informa a Folha de S. Paulo.
O tumor foi diagnosticado em 2017, quando a bióloga Gizele Thame, de 64 anos, realizou uma tomografia. Ela consultou cinco neurologistas para confirmar o diagnóstico e saber das possibilidades de tratamento. O único tratamento disponível era cirúrgico, mas Gizele se recusou, pois poderia ficar cega e dependente de 22 remédios.
Gizele não queria viver sem qualidade de vida e sabia que, ao deixar o tumor crescer, ele comprimiria outras partes do cérebro e a levaria à morte. Embora estivesse tranquila com a decisão, ela sofreu abalos emocionais, como depressão, insônia e irritabilidade. Sua família a ajudou no que pôde.
Apesar de ter crescido em uma geração que demonizou a maconha, Gizele leu muitas pesquisas científicas e assistiu a depoimentos de pacientes antes de considerar o uso de Cannabis medicinal. Ela procurou a psiquiatra Eliane Nunes, diretora da SBEC, e iniciou o uso de óleo artesanal produzido por seu filho.
O óleo ajudou a estabilizar o humor e a insônia de Gizele, e ela não precisou de nenhum outro medicamento. Em 2017, o tumor media 1,2 cm; em 2021, apenas 0,5 cm. Segundo o neurocirurgião Pedro Pierro, o tumor é agora indetectável, o que não é uma evolução comum para tumores sintomáticos. Pierro prescreveu CBD para ajudar no distúrbio de humor de Gizele, não para tratar o tumor.
Embora Pierro chame o resultado de "milagroso", ele não pode afirmar que o responsável pela remissão do tumor tenha sido o óleo de CBD. Ele considera que o caso é sensacional e precisa ser estudado.
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