O manifesto relata um "desconforto extremo" ao ver nomes masculinos emergindo como favoritos
247 – Um grupo de juristas expressou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva seu descontentamento com os candidatos masculinos cotados para ocupar a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF), através de uma carta endossada por mais de 60 advogadas e renomadas profissionais do direito, segundo informa a coluna da jornalista Mônica Bergamo. O manifesto relata um "desconforto extremo" ao ver nomes masculinos emergindo como favoritos para a posição na mais alta corte do país, questionando se ainda é aceitável que os homens continuem a preencher esses espaços, mesmo com mulheres competentes e qualificadas para ocupá-los.
O documento, que será entregue ao presidente Lula, tem recebido atenção especial por ter surgido no meio acadêmico, que geralmente não se envolve em disputas por indicações para o STF. Professores universitários também demonstraram interesse em apoiar o manifesto, mas, inicialmente, as organizadoras optaram por reunir apenas mulheres.
Uma das responsáveis por essa mobilização é a jurista e professora da PUC-RJ, Gisele Cittadino, que é bem-vista por Lula. Ela também faz parte do grupo Prerrogativas e foi uma das primeiras a questionar legalmente a prisão do petista, decretada pelo então juiz Sergio Moro. Cittadino recorda das noites em que discutiu a sentença de Moro e se engajou em debates sobre o caso com a jurista Carol Proner, abrindo espaço para pessoas de todo o país em busca de uma alternativa para Lula.
Cittadino afirma não ter interesse em deixar sua carreira acadêmica para assumir uma posição no STF, o que ela já comunicou a Lula. No entanto, ela faz questão de se juntar ao coro que solicita a nomeação de uma mulher para substituir a ministra Rosa Weber em outubro. A jurista destaca três nomes que, em sua opinião, seriam excelentes candidatas: a promotora de Justiça Ana Cláudia Pinho, apoiada pelo jurista italiano Luigi Ferrajoli; a desembargadora Simone Schreiber, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região; e a desembargadora Sayonara Grillo, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.
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