26/10/2023

Abin já idenfiticou metade dos 1,8 mil alvos de espionagem ilegal sob o governo Bolsonaro

 



brasil 247

Esquema de espionagem ilegal atingiu desafetos do ex-presidente

(Foto: ABr | Reuters | Polícia Federal)
 

Abin já idenfiticou metade dos 1,8 mil alvos de espionagem ilegal sob o governo Bolsonaro · Ouvir artigo
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247 – A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelou que conseguiu identificar aproximadamente 50% dos 1,8 mil números de telefone cuja geolocalização estava sob monitoramento por meio do programa First Mile. Esse trabalho foi realizado a pedido da Polícia Federal (PF) pelo Departamento de Operações da Abin. No entanto, essa colaboração tem sido marcada por tensões, especialmente no que diz respeito à quebra de sigilo telefônico, segundo informações do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.

A desavença entre a PF e a Abin veio à tona quando a agência sugeriu que seria necessário violar o sigilo das linhas telefônicas para descobrir os proprietários dos números monitorados. Agentes da PF suspeitaram que a Abin já tinha conhecimento da identidade das pessoas monitoradas e estava relutante em compartilhar essa informação. Por outro lado, a Abin negou a existência de uma lista completa de titulares das linhas, argumentando que os monitoramentos eram realizados caso a caso, com inserção de números de telefone no sistema para obtenção de dados de geolocalização.

A lista de nomes que a Abin conseguiu identificar, a pedido da PF, inclui políticos, jornalistas, advogados e até professores universitários que eram considerados opositores do governo de Jair Bolsonaro. Esse programa foi intensamente utilizado em áreas privilegiadas do Rio de Janeiro e Brasília, bem como durante as eleições de 2020. De acordo com membros da agência, todas as informações disponíveis foram fornecidas à PF. No entanto, os policiais alegam que a Abin se recusou a cooperar, não respondendo a todas as solicitações e, em alguns casos, respondendo somente após ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Outro ponto de discórdia gira em torno da data em que os computadores usados no programa First Mile foram apagados. Investigadores da PF suspeitam que a formatação tenha ocorrido após o início da investigação em 2023. Em contrapartida, membros da Abin afirmam que a formatação foi parte da rotina em 2021 e que ela não apagou os rastros dos alvos de monitoramento, uma vez que essas informações estão armazenadas no servidor do First Mile, pertencente à empresa Cognyte, e não nos computadores da Abin.

A PF suspeita que tenham ocorrido cerca de 30 mil monitoramentos, dos quais a Abin teria informado apenas 1,8 mil, e que a formatação dos computadores teria sido realizada para ocultar informações sobre o restante dos números de telefone monitorados. Porém, agentes da Abin argumentam que a PF encontrou um histórico com cerca de 33 mil "logs," mas que apenas 1,8 mil números foram efetivamente pesquisados, e nada foi apagado. De acordo com os agentes da Abin, cada log corresponde a um comando dado ao software, não necessariamente a uma pesquisa de um número de telefone diferente.

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O inquérito em andamento no STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, permanece em sigilo, e inclui informações sensíveis, como os nomes dos 35 servidores que utilizavam o software de geolocalização. A investigação continua, e o desfecho desse caso ainda está por ser revelado.

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