Açu dos Desgostos
Documentário mergulha na comunidade do Açu, mostrando os desafios enfrentados pelas famílias expulsas de suas terras para a construção do Porto
Açu dos Desgostos
Documentário mergulha na
comunidade do Açu, mostrando os desafios enfrentados pelas famílias expulsas de
suas terras para a construção do Porto
Rio de Janeiro, 6 de novembro de 2204 – Imagine uma família que mora há décadas em um local ser
expulsa de suas terras para a construção de um porto? Foi o que aconteceu com
os moradores da região do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro. Plantações
destruídas, casas derrubadas, pessoas proibidas de acessar suas moradias.
Mulheres, crianças e idosos sendo retirados do local onde viveram por toda a
vida. Todas essas histórias podem ser vistas no documentário “Açu dos
Desgostos”, dirigido por Pablo
Vergara e lançado pelo Observatório Socioambiental TerraPuri, com o
apoio da EarthWorks – organização estadunidense –, em outubro de 2024.
O drama dessas famílias começou em 2008, quando a então prefeita
de São João da Barra, Carla Machado, fez um decreto transformando as terras
rurais em industriais. Em seguida, o
governador na época, Sérgio Cabral, decretou a desapropriação dessas
terras. Foram aproximadamente setenta e dois quilômetros quadrados de área para
implantação do Porto do Açu e condomínio industrial, cerca de mil e quinhentas
atingidas diretamente e mais de três mil famílias atingidas indiretamente, sem
qualquer audiência prévia para a implementação do complexo industrial,
esclarecendo à comunidade local que perderiam as suas casas e plantações.
“Eles
faziam em volta da propriedade um valão de mais ou menos dois ou três metros de
profundidade, com uns dois metros de largura, para que a pessoa não tentasse,
depois de expropriado, acessar novamente a sua terra e tomar posse de novo”, lembrou
Noêmia Magalhães, ativista do Movimento de Pequenos Agricultores, referência da
luta pela em defesa da comunidade do Açu. Dona Noêmia, como todos a conhecem, é
uma das atingidas pela desapropriação das terras.
Além do depoimento de dona Noêmia, nos aproximadamente 20
minutos de documentário, podemos ouvir entrevistas de outras pessoas atingidas,
estudiosos e ativistas ambientais, e assistir às filmagens da época,
mergulhando nas histórias de moradores que viveram e vivem, ainda, os desafios
socioambientais da construção do complexo industrial do Porto do Açu – uma das
maiores obras de infraestrutura portuária do Brasil –, desde a perda de suas
casas à perda de suas fontes de subsistência, além da degradação dos
ecossistemas locais. O documentário pode ser assistido na página do
Observatório Ambiental Terrapuri (https://terrapuri.com.br/multimidia/), ou no canal do YouTube da organização (https://www.youtube.com/watch?v=ncXrR2BuMVA).
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