Funcionários do Hospital Regional procuraram a polícia para dar declarações após prisão do diretor



Eles são testemunhas no processo que investiga os plantões "fantasmas" do Conjunto Hospitalar

Da Redação / TV Tem



Eram 10 horas da manhã quando uma viatura foi buscar a responsável pelo setor de recursos humanos do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Márcia Regina Leite Ramos foi a primeira a prestar depoimento nesta sexta-feira (17). Como responsável pelo setor de recursos humanos, ela assinava as folhas de ponto dos médicos plantonistas.


O Tem Notícias teve acesso a várias relações de plantões realizados no Hospital Regional de Sorocaba. Documentos que mostram a quantidade de plantões pagos a médicos que foram presos durante a "Operação Hipócrates". Pelas listagens, quem mais recebia era Tarley Eloy Pessoa de Barros. Enquanto que a média da maioria dos médicos é de três a quatro plantões mensais, Tarley chegava a fazer, em um único mês, até 12 plantões presenciais e mais 12 à distância.

Vera Regina Machado também aparece nas listas. Ela é mulher do ex-diretor do Hospital Regional, Ricardo Salim. Os dois moram em São Paulo e o que não impedia Vera de receber por até oito plantões à distância em um único mês e mais sete presenciais. Cada um custava R$ 600 aos cofres públicos. Mas, segundo as investigações, o problema não é que essas pessoas trabalhavam demais.

Muitas destas pessoas recebiam pelos plantões registrados nas relações mas nunca apareciam no hospital. Um esquema disseminado por dois hospitais de Sorocaba e mais 11 da capital, pelo mesmo grupo de médicos. Doze deles foram presos durante a operação, deflagrada pela Delegacia Antissequestro de Sorocaba e pelo Gaerco, o Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público. A promotoria calcula que pelo menos 300 mil pessoas tenham sido prejudicadas pelo esquema. 

Além disso, entre os presos o ex-diretor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, Ricardo Salim, e Heitor Consani, que foi afastado do cargo pelo Governo do Estado após ser detido. Além de receber por plantões nunca feitos, o grupo também é investigado por fraudes em licitações no Hospital Regional de Sorocaba, entre outros crimes.

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