Kassab defendeu aumento de 250% para secretários (Foto: Werther Santana/AE)
Ao defender o projeto da Câmara Municipal que praticamente dobra o seu salário, o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) sugeriu nesta quinta-feira (23) que não dá para “sobreviver” como chefe do Executivo na capital com os atuais R$ 12,3 mil que ele recebe por mês.
“Um prefeito precisa de um padrão de vencimento compatível ao cargo de prefeito para sobreviver”, justificou Kassab ao ser questionado pelo JT sobre a proposta que eleva seu salário para R$ 24,1 mil. “Do jeito que as coisas estão hoje, uma pessoa não poderia pleitear a prefeitura se não tivesse condições”, completou.
Apesar da declaração, Kassab afirmou que pretende doar o valor extra “para a caridade”, sem dizer qual. “Como sou eu quem está propondo, vou abrir mão do salário porque é mais correto e mais ético, mas fica como legado aos meus sucessores”, disse.
Conforme o JT revelou ontem, o projeto apresentado pela Mesa Diretora da Câmara nesta semana também eleva o salário da vice-prefeita, Alda Marco Antonio (PMDB), para R$ 21,7 mil e o dos 27 secretários para R$ 19,3 mil. Hoje, eles recebem salário de R$ 5,5 mil. O impacto nas contas públicas será de R$ 4,8 milhões anuais.
Sobre o aumento de 250% para os secretários, Kassab frisou que, na prática, “vai ficar tudo como está”, já que hoje os titulares das pastas complementam os salários com os jetons de até R$ 6 mil que recebem como conselheiros das empresas municipais, como Cohab e CET. Pelo projeto, eles não receberão mais jetom.
Proposta semelhante foi barrada no fim de 2010 pela bancada do PSDB. Fixava subsídios do prefeito em 90,25% do teto constitucional do Supremo Tribunal Federal – o que elevaria o salário de Kassab para R$ 20 mil. Em janeiro, por lei federal, Kassab poderia ter elevado os vencimentos, mas abriu mão. À época, porém, ressaltou ser justo um projeto com aumento para os secretários, cujos vencimentos estariam defasados em relação ao mercado.
Cristiane Bomfim e Fabio Leite
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