Paulo Paim: Governo Temer quer privatizar a Previdência, entregá-la ao sistema financeiro

12 de agosto de 2016 às 18h20

  viomundo
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“Querem privatizar a Previdência”
A denúncia é do senador Paulo Paim (PT-RS), que está em Goiânia nesta sexta (12), fazendo audiência pública sobre este e outros temas que afetam a classe trabalhadora
Numa realização da Comissão de Direitos Humanos do Senado e do mandato popular da deputada estadual delegada Adriana Accorsi (PT-GO) aconteceu nesta sexta-feira (12), em Goiânia, uma audiência pública com o senador Paulo Paim (RS), que tratou basicamente das reformas previdenciária e trabalhista e do trabalho escravo. Antes de dar início à audiência, Paim concedeu a seguinte entrevista à Rede CUT de Comunicação:
Senador, há mais de 70 projetos de lei tramitando no Congresso Nacional que atacam diretamente as conquistas da classe trabalhadora. O que podemos esperar desse momento político?
Bomba! Desse governo interino, provisório e pra mim ilegítimo, não dá para esperar outra coisa. Eles estão pagando a conta pra quem financiou o golpe.
De todos esses projetos um em especial vem tirando o sono dos(as) trabalhadores(as), que é a reforma da Previdência. Como o senhor avalia a proposta do governo interino?
Querem praticamente privatizar a Previdência, entregá-la nas mãos do sistema financeiro, a chamada previdência privada, e começaram com terrorismo pra cima do trabalhador. Se o cidadão só poderá se aposentar com 65 anos, aquele que começou a trabalhar com 18 anos, terá de pagar 47 anos de contribuição. Se com 16, serão quase 50 anos de contribuição, enquanto hoje a mulher se aposenta com 30 anos de contribuição e o homem com 35 anos. Vão ter que pagar 20 anos a mais. É um absurdo!
Além disso querem tirar a reposição da inflação, uma conquista dos movimentos sociais, junto com Lula e Dilma. Outro ponto que nos preocupa muito é que acabaram com o Ministério da Previdência. Ele não existe mais! E lançaram uma Medida Provisória, que já tem força de lei, que visa caçar a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença, onde em 120 dias é cortado o benefício, esteja ou não doente.
Isso mostra as ações de pura maldade que conseguiram fazer contra o nosso povo nesses últimos três meses. Por isso estamos fazendo estas audiências públicas em todos os Estados – já estamos no segundo roteiro – debatendo, mobilizando e mostrando que precisamos ir pra cima desse Congresso e desse governo.
O senhor é senador da República. Como avalia esse Congresso?
Esse Congresso pra mim é o pior de todos os tempos – e olha que eu estou lá há 30 anos. De forma oportunista, numa maioria eventual, de uma forma totalmente ilegal, visto que não há crime de responsabilidade, está querendo caçar o mandato de uma presidenta eleita com 54 milhões de votos.
O senhor é relator de duas matérias polêmicas no Senado, a terceirização sem limites e a PEC do trabalho escravo. Qual a sua posição?
Eles sabem que se depender de mim não tem essa de querer legalizar trabalho escravo. Temos é que proibir e é assim que vou pautar o meu parecer e a minha intervenção. Serviço degradante, jornada exaustiva não pode ser mudado. E se encontrarmos algum trabalhador em regime de escravidão, tem que perder a propriedade.
Quanto à terceirização sem limites, eu espero que não passe. O meu parecer será contra o projeto, que decretaria o fim das entidades sindicais, a quebra a Previdência e joga os trabalhadores num regime de semiescravidão. Está comprovado que onde tem mais mortes e acidentes no trabalho e mais ações na Justiça é justamente nas empresas terceirizadas e o trabalhador ganha praticamente a metade do salário. Isso é precarização do trabalho e não podemos deixar passar.
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