O seminário é uma realização do SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia - e conta com a participação de 50 feministas das regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. Durante os três dias, as participantes têm a oportunidade de conhecer e debater melhor a temática através de palestras, grupos de trabalho, oficinas e plenária.
De acordo com Carmen Silva, coordenadora do SOS Corpo, a ideia é reunir feministas de diferentes organizações e movimentos sociais do Brasil para discutir o "fazer pedagógico" que fortalece as lutas das mulheres. "O objetivo é trocar experiências entre mulheres feministas para possibilitar referências comuns que orientem a questão educativa", revela.
O seminário vai até a manhã do próximo sábado, quando ocorrerá a plenária de encerramento. Na ocasião, de acordo com Carmen, serão discutidos os encaminhamentos, mas ela lembra que cada representante poderá sair de lá com o que achar mais interessante e adequado para a organização da qual faz parte. "Cada [mulher que representa o] movimento leva o que compartilha para colocar nos processos de educação de seu movimento", ressalta.
Segundo a coordenadora, a educação feminista é aquela voltada para a "emancipação das mulheres enquanto sujeitos políticos". Ela é vista tanto na educação formal, com discussões sobre sexualidade e políticas para mulheres, por exemplo; quanto nas formações políticas de gênero, voltadas para homens e mulheres com a perspectiva de alterar as relações de gênero.
Para esse seminário, Carmen afirma que a educação feminista abordada é a educação promovida pelos movimentos de mulheres e que tem a intenção de fortalecer as organizações feministas. "É a reflexão do fazer pedagógico que constrói os movimentos e fortalece as lutas", destaca.
Para a coordenadora do SOS Corpo, aos poucos, já se pode observar alguns avanços na educação feminista no Brasil. "A educação feminista começa a penetrar na escola pública, com educação não-sexista e não-discriminatória", considera, acrescentando outros avanços nessa área, como a constituição da discussão nas políticas de formação de movimentos sociais e a produção de conhecimento e de materiais pedagógicos pelos movimentos de mulheres.
Entretanto, na opinião dela, o movimento feminista ainda possui muitos desafios pela frente, como: superar o contexto de desigualdade de gênero, raça e classe; avançar na construção da relação das organizações feministas com outros movimentos sociais - principalmente através da ação educativa; continuar as lutas em defesa de Políticas Públicas para mulheres e de maior representação nos espaços de poder; fortalecer o movimento feminista como movimento social; e lutar pela igualdade nas relações de trabalho.
O "Seminário Nacional Experiências e Inspirações: os desafios da educação feminista para transformação de um mundo tão desigual" acontece até o próximo sábado no Recife Praia Hotel (Av. Boa Viagem, 9, Pina - Recife, Pernambuco). A programação completa e outras informações estão disponíveis em: http://www.soscorpo.org.br/Site/php/index.php?CodPagina=559
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