17/11/2010

Epidemia de cólera que atinge o Haiti chega à República Dominicana

Brasília – Autoridades de saúde pública da República Dominicana informaram nessa terça-feira (16) que o operário haitiano Wilmore Lower, de 32 anos, que mora no país, é o primeiro caso de cólera registrado desde o início da epidemia no Haiti.

Segundo o ministro da Saúde dominicano, Bautista Rojas Gómez, Lower está internado em uma clínica na província de La Altagracia. Exames confirmaram o diagnóstico de cólera.

O ministro afirmou ainda que o operário mora na República Dominicana com um visto de trabalho. De acordo com Rojas Gómez, o paciente possivelmente foi infectado ao viajar a seu país no dia 31 de outubro, para levar dinheiro aos parentes.

Rojas Gómez disse que o governo vai intensificar as medidas de prevenção para evitar novos casos de cólera na República Dominicana. O Haiti vive uma epidemia da doença desde outubro. Ontem, as autoridades haitianas informaram que mais de mil pessoas morreram.

Para parte da população do Haiti, a responsabilidade pelo começo da epidemia é de soldados do Nepal que atuam nas Forças de Paz das Nações Unidas. Segundo haitianos, eles levaram a doença  ao país. Anteontem (15), um integrante das Forças de Paz matou um manifestante que participava de um protesto em Cap Haitien, a segunda maior cidade haitiana.

A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que o tipo de cólera verificado no Haiti é o mesmo existente no Nepal, mas as autoridades  informaram não ter encontrado provas de que seus soldados sejam os portadores da doença.

O cólera é causado por uma bactéria transmitida por água ou alimentos contaminados, causando febre, diarreia e vômitos, levando à desidratação severa, e pode matar em 24 horas se não for tratada. No entanto, a doença pode ser controlada por meio da reidratação e de antibióticos.

A maioria da população do Haiti não tem acesso à água limpa, ao uso de sabão e ao saneamento adequado. Há receio de que o cólera se espalhe pelos acampamentos de sobreviventes do terremoto ocorrido em janeiro, onde vive 1,1 milhão de pessoas.


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