Ambientalistas preparam mobilização hoje contra Banco Mundial

                                                
Movimentos sociais, ativistas e ambientalistas estão se mobilizando em vários países para dar andamento a uma intensa campanha internacional hoje, que tem como foco protestar contra a inclusão do Banco Mundial no financiamento para resolver questões climáticas, na tentativa de reduzir os impactos ambientais ao planeta e à população mundial.

A ideia é coletar milhares de assinaturas para uma carta aberta que será enviada aos governantes reunidos em Cancun, no México, por ocasião da 16ª Conferências das Partes (COP 16) da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática. As assinaturas podem ser enviadas para o e-mail: bancomundialfuera@gmail.com.

"Fazemos um chamado aos governos do mundo para que cumpram com sua obrigação de garantir que recursos públicos novos e adicionais para financiar, estejam disponíveis, agora e de uma maneira que se baseie no princípio de responsabilidade histórica, que não aumente a carga da dívida e que esteja livre de condicionamentos políticos", pontuam.

Outras ações da campanha podem ser a divulgação de comunicados e/ou conferências para a imprensa, mobilizações em frente aos escritórios do Banco Mundial, das embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e outros países europeus. Ainda é recomendado que os e as ativistas se unam à rede Amigos da Terra Internacional (FOEI, por sua sigla em inglês), através do site: http://www.foei.org/.

Na carta aberta, os (as) ambientalistas ressaltam que os povos dos países do Sul precisam sim de altos investimentos para reduzir os impactos da mudança climática e para adotar alternativas de desenvolvimento, no entanto, as organizações rejeitam a ‘ajuda’ do Banco Mundial, alegando que a entidade tem princípios contrários à necessidade de um financiamento climático justo e equitativo. Eles alegam que o Banco Mundial também não tem estruturas democráticas, já que é representado por países ricos e industrializados.

Os militantes lembram ainda que instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial contribuíram para o financiamento de projetos de combustíveis fósseis que aprofundaram a crise climática, e ainda impõem políticas internacionais que causam dano ao meio ambiente. Por isso, justificam, "não se pode e não se deve confiar, para estas instituições, o financiamento para o clima".

A proposta dos (as) ambientalistas é que seja criado um Fundo Climático Mundial sob coordenação da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, com uma estrutura de governo equitativa, que dê prioridade para a participação das comunidades afetadas. Este Fundo, segundo os propositores, deve ser operado com transparência, democracia e participação, e sem a participação do Banco Mundial ou de outros bancos multilaterais de desenvolvimento.

"O Fundo Climático deve ter uma representação majoritária dos países e povos do Sul global em sua estrutura de governo, já que são a maioria do mundo e os mais afetados pela mudança climática", analisam.
Assinam a convocatória organizações e redes como a Federação dos Amigos da Terra, Jubileu Sul, Jubileu Américas, Alternativas Ásia, Iniciativa contra os Agronegócios - América Latina, Action Aid, Campanha Mesoamericana para a Justiça Climática, entre outras.

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