Polícia faz busca em casa de cunhado de Alckmin
Irmão de Lu é suspeito de superfaturar os preços de merenda de prefeiturasEmpresário não foi encontrado para falar sobre caso; governador eleito e Ministério Público não comentam MARIO CESAR CARVALHO CÁTIA SEABRA DE SÃO PAULO A polícia fez ontem uma operação de busca e apreensão na casa do empresário Paulo Ribeiro, cunhado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Paulo é um dos 11 irmãos de Lu Alckmin, futura primeira-dama do Estado. Ribeiro é investigado pelo Ministério Público sob suspeita de fazer parte de um cartel acusado de superfaturar preços de merenda em contratos com prefeituras. O processo em que ele aparece como suspeito corre sob segredo de Justiça. Uma das casas de Ribeiro fica em Pindamonhangaba, a cidade natal de Alckmin e de sua mulher. O pedido de busca e apreensão foi feito pelo setor de crimes financeiros do Ministério Público do Estado e autorizado pela Justiça. Ribeiro teria intermediado contratos entre uma empresa da área de merendas chamada Sistal - Alimentação de Coletividade Ltda. com prefeituras do Vale do Paraíba, como Taubaté e Pindamonhangaba, segundo uma das hipóteses investigadas. A Folha procurou os advogados de Ribeiro, mas não conseguiu localizá-los. O governador eleito não quis se manifestar sobre a investigação em torno do seu cunhado. A Promotoria também não quis se manifestar sobre a investigação em curso. SUSPEITA DE PROPINAS O Ministério Público Estadual investiga há mais de dois anos esquemas de fraude envolvendo empresas de merenda escolar em ao menos 35 prefeituras espalhadas pelo país. A Promotoria diz que servidores receberam cerca de R$ 280 milhões em propinas, que seriam pagas com verba pública desviada. Entre os municípios investigados está a capital paulista. O suposto esquema da merenda em São Paulo, segundo promotores, começou em 2001 e envolveu ao menos seis empresas terceirizadas, que forneciam alimentação para escolas municipais. Elas seriam beneficiadas em licitações, segundo a Promotoria. Oficialmente, sempre negaram tudo. O Ministério Publico já divulgou que, em troca dos contratos, as empresas pagavam aos servidores de 5% a 15% dos valores recebidos. Colaborou ALENCAR IZIDORO, de São Paulo |
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