Medida do BC gera tendência de aumento da cotação do dólar, diz diretor

Brasília - As instituições financeiras poderão comprar US$ 6,8 bilhões, se não quiserem recolher recursos em espécie ao Banco Central (BC) sem receber remuneração. Com o aumento da procura pela moeda, o dólar deve se valorizar.
“A princípio [a medida] vai gerar alguma demanda por dólar, o que tende a fazer com que a cotação suba”, disse o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes. O diretor enfatizou que se trata apenas de uma tendência, já que o mercado é muito complexo.

A ideia do Banco Central é reduzir a posição vendida das instituições financeiras de US$ 16,8 bilhões, situação observada em dezembro de 2010, para US$ 10 bilhões. No final de 2009, a posição era bem menor: US$ 2,9 bilhões. Para reduzi-la, os bancos terão recorrer ao mercado para comprar dólares.

A medida anunciada hoje (4) passa a ser aplicada em 4 de abril e estabelece que as instituições financeiras terão que recolher ao BC 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder US$ 3 bilhões ou o montante equivalente ao patrimônio de referência do banco. Na avaliação de analistas, a posição vendida, ou seja, quando as instituições apostam na queda do dólar, pressiona a cotação da moeda para baixo. Quando a posição de câmbio é comprada, a expectativa é que o dólar se valorize.

Segundo o BC, atualmente 35 instituições estão com posição vendida e 55, com posição comprada. De acordo com o diretor, não há nenhuma instituição em situação preocupante. “A gente está olhando o sistema como um todo. Não existe nenhuma instituição que esteja puxando a média”, afirmou.

“O principal objetivo é de natureza prudencial. Não é bom que uma economia fique concentrada toda em um polo ou outro. A gente não consegue perceber qual será a taxa de câmbio futura”, acrescentou Mendes.
De acordo com ele, a medida não tem “nenhum objetivo ligado à política monetária”. As instituições terão de dispor de reais para comprar o dólar, mas, como tem prazo para fazer isso, o efeito será diluído, marginal”, afirmou o diretor.

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