Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a
mais do que homens em dez anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010,
divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A relação entre os gêneros, segundo o estudo, é de
96 homens para cada 100 mulheres.
“Isso já vem ao longo dos censos e é em função da mortalidade. Apesar
de nascerem mais homens, como a mortalidade dos homens é superior à das
mulheres ao longo da vida, no final, você tem um contingente maior de
mulheres”, explicou Fernando Albuquerque, gerente de projetos da
Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
De acordo com Albuquerque, nascem 105 homens a cada 100 mulheres, mas
como eles estão mais vulneráveis a situações de violência, por exemplo, o
número de mortes é maior.
A capital carioca foi apontada no levantamento como a unidade da
Federação com a menor proporção entre pessoas do sexo masculino e
feminino, ao concentrar 91,2 homens para cada 100 mulheres.
A Região Norte é a única do país onde o contingente masculino é
superior ao feminino. Segundo Fernando Albuquerque, esse fenômeno ocorre
“em função dos movimentos migratórios e também do tipo de atividade –
extrativa e de mineração –, em que os homens são a grande maioria”.
Outra constatação do levantamento que verificou a situação demográfica
do país e as mudanças ocorridas entre 2000 e 2010 foi o envelhecimento
da população brasileira que somou cerca de 190 milhões de habitantes
(190.755.799) no ano passado. De acordo com o IBGE, o crescimento
absoluto da população adulta e o aumento da participação da população
idosa no país foram os fatores que mais contribuíram para o aumento da
população brasileira.
O Censo Demográfico mostra que os grupos etários de menos de 20 anos
vêm diminuindo no contingente populacional. “Em cada censo, a base [do
gráfico demonstrativo onde a base representa a população mais jovem] se
estreita mais em função da queda da fecundidade e o topo se alarga mais,
com indicativo de maior longevidade”, explicou Albuquerque.
No cenário brasileiro, apenas no Norte e no Nordeste ainda mantêm uma
base mais larga, ou seja, um contingente de jovens ainda maior do que em
outras regiões. De acordo com o gerente de projetos do IBGE, a
justificativa é que estados da região norte e nordeste iniciaram o
processo de transição demográfica mais tarde do que no Sudeste, Sul e
Centro-Oeste. “O declínio da fecundidade foi posterior ao das outras
regiões isso faz com que o número de filhos ainda seja mais alto do que
em outras regiões.”
Segundo Fernando Alburquerque, a tendência é de uma convergência no
país, “com redução da diferença entre fecundidade e mortalidade entre as
grandes regiões brasileiras”.
0 Comentários