BBC Brasil
Brasília – As autoridades no Japão elevaram o alerta ontem (11) à noite
da gravidade da crise nuclear no país para o nível máximo. A decisão
foi tomada depois da medição da radioatividade na Usina Nuclear de
Fukushima Daiichi, no Nordeste do país, que sofreu explosões e
vazamentos depois do terremoto seguido de tsunami, no mês
passado. O nível mais alto para acidentes nucleares é o número 7 e só
foi usado anteriormente durante o desastre de Chernobyl, no Norte da
Ucrânia, em 1986.
Além disso, no Leste do Japão, um novo tremor de magnitude 6,3 graus
na escala Richter foi registrado hoje. Foi o segundo abalo sísmico em
dois dias.
O Aeroporto Internacional de Narita fechou as pistas temporariamente e
os serviços de trem e metrô foram interrompidos, na capital, Tóquio. Os
tremores secundários ocorrem um mês depois que um violento terremoto e
um tsunami atingiram o país, deixando quase 28 mil pessoas mortas ou desaparecidas.
A Comissão de Segurança Nuclear do Japão informou que a classificação
da crise em Fukushima Daiichi estava sendo elevada por se tratar de uma
avaliação preliminar que ainda precisa ser confirmada pela Agência
Internacional de Energia Atômica (Aiea).
O nível 7 significa "um grande acidente" com "consequências mais
amplas" que o nível anterior, segundo as explicações dos especialistas.
"Estamos elevando o nível de gravidade para 7 já que o impacto dos
vazamentos de radiação se alastrou pelo ar, alimentos, água encanada e o
mar", disse o representante da Agência de Segurança Nuclear e
Industrial do Japão, Minoru Oogoda.
Porém, a Agência de Segurança Nuclear japonesa informou que os
vazamentos ainda são pequenos se comparados aos da usina na Ucrânia, que
ainda era parte da União Soviética na época do acidente. "Em termos de
volume de materiais radioativos liberados, nossas estimativas mostram
que se trata de cerca de 10% do vazamento de Chernobyl", informou.
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