Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu hoje
(13) que o sistema prisional do país está em uma situação quase
“medieval”. Um estudo da Anistia Internacional, divulgado ontem (12), avalia como degradante o sistema penitenciário nacional.Repórter da Agência Brasil
De acordo com a organização, as prisões continuam superlotadas e os
detentos sofrem tortura. Para a Anistia Internacional, o tratamento é
considerado cruel, desumano e degradante. “Infelizmente, o sistema
prisional brasileiro chega a ser praticamente medieval”, disse o
ministro, ao ser perguntado sobre o documento da organização.
Cardozo citou que cerca de 66 mil presos estão nas carceragens das
delegacias de polícia em condições inaceitáveis. A Anistia Internacional
contabiliza que 40% dos presos no país aguardam julgamento. Segundo o
ministro, o governo federal tem articulado com os estados planos para a
construção emergencial de cadeias. No entanto, afirmou que solucionar os
problemas penitenciários exigirá muito esforço e recursos da União e
dos governos estaduais.
No documento, a Anistia Internacional ainda crítica o alto índice de
violência policial e que ativistas e defensores dos direitos humanos
vivem sob constantes ameaças no Brasil e encontram dificuldade em obter
proteção do Estado.
Sobre a campanha do desarmamento, que completa uma semana, Cardozo
afirmou que o ministério já iniciou o credenciamento das entidades que
irão participar do recolhimento das armas, após participar da abertura
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No Rio de Janeiro, já foram recebidas 240 armas – uma média de 48 por dia, segundo a organização não governamental Viva Rio.
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