26/05/2011

Desemprego cai a 6,4%em abril, a menor taxa para o mês desde 2002

 

Taxa apurada pelo IBGE em seis regiões metropolitanas apresentou leve recuo ante março, quando foi de 6,5%

 
    Alessandra Saraiva, da Agência Estado
    RIO - A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,4% em abril, ante 6,5% em março, segundo divulgou nesta quinta-feira, 26, o instituto. Esta é a menor taxa para os meses de abril desde 2002. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que previam uma taxa de 6,10% a 6,70%, e colado à mediana, de 6,40%.
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    Em seu comunicado, o IBGE informou que considera a taxa de abril uma "estabilidade" em relação a março deste ano. O rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação negativa de 1,8% em abril ante março, mas aumento de iguais 1,8% na comparação com abril do ano passado.
    O mercado de trabalho em abril deste ano encontra-se "mais favorável" do que o apurado em igual mês em 2010, na análise do gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) Cimar Azeredo. Ele fez o comentário ao analisar os níveis de crescimento da população ocupada no mercado de trabalho, com os patamares de crescimento da população economicamente ativa (PEA) e a população em idade ativa (acima de 10 anos de idade).
    Segundo o especialista, a população ocupada, ou seja, com emprego no mercado de trabalho, cresceu em abril em um ritmo mais rápido do que a PEA e a população em idade ativa. A população ocupada em abril deste ano cresceu 2,3% ante abril do ano passado, enquanto que a PEA avançou 1,4% na mesma comparação; e a população em idade ativa subiu 1,3%, em abril deste ano ante abril do ano passado.
    Isso se refletiu no chamado nível de ocupação do mercado de trabalho, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa. Segundo Azeredo, o nível de ocupação subiu de 53,3% para 53,4% de março para abril - sendo que, em abril do ano passado, era de 52,9%. "É uma evolução muito positiva", avaliou o economista.
     Massa de renda real
    A massa de renda média real habitual dos ocupados somou R$ 34,7 bilhões em abril, com queda de 1,7% ante março, e aumento de 4,3% em relação a abril de 2010. Os dados foram anunciados hoje pelo IBGE, em sua Pesquisa Mensal do Emprego (PME).
    Já a massa de renda média real efetiva dos ocupados chegou a R$ 34,5 bilhões em março, com queda de 1,6% ante fevereiro, e aumento de 4,1% na comparação com março de 2010. O rendimento médio real efetivo sempre se refere ao mês anterior ao da PME.
    Indústria, comércio e serviços prestados às empresas influenciaram a queda de 1,8% na renda média real habitual no mercado de trabalho em abril ante março, cujo valor foi de R$ 1.540,00 no mês passado. Segundo o gerente da PME, Cimar Azeredo, na comparação com março deste ano, houve queda de 3,1% na indústria; de 3,5% no comércio; e de 4,8% em serviços prestados às empresas na renda média real habitual em abril deste ano.
    O especialista comentou que, até o momento, o IBGE não tem uma razão específica para explicar o recuo na renda em abril. Para ele, é preciso uma série maior de meses da pesquisa mensal de emprego para mensurar exatamente as razões da retração da renda. "Não podemos dizer se é uma tendência ou não. Vamos esperar os próximos resultados e ver se este desempenho de queda vai persistir, ou se é apenas um ponto (negativo) na série", afirmou.
    Número de ocupados
    A população ocupada nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 22,3 milhões de pessoas em abril deste ano, o que representou uma estabilidade ante março. Mas isso significou uma alta de 2,3% na comparação com abril de 2010.
    Já a população desocupada foi de 1,5 milhão de pessoas em abril deste ano, o que representou também uma estabilidade na comparação com março e recuo de 10,1% ante abril de 2010. Isso significou um decréscimo de 173 mil pessoas nesta condição, de acordo com cálculos do instituto.
    Ainda segundo o instituto, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi de 10,8 milhões de pessoas em abril deste ano, o que "não representou variação significativa" ante março, na análise do IBGE; mas foi 6,8% superior ante abril de 2010. Isso representou um adicional de 686 mil postos de trabalho com carteira assinada em abril deste ano, ante igual mês no ano passado, de acordo com o instituto.

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