Nova estatística deixa de contabilizar homicídios

Léo Arcoverde
do Agora
Implantada no mês passado, a estatística mensal de índices criminais divulgada pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) deixa de contabilizar homicídios.
O Agora encontrou cinco casos, na capital, registrados como homicídio pela Polícia Civil ou pela Corregedoria da PM que não constam das estatísticas criminais de fevereiro e de abril. Dois casos envolveram policiais militares de folga que reagiram a roubos e mataram suspeitos. Dois foram encontros de cadáveres. O outro foi a morte de um soldado com um tiro de fuzil.
Nas áreas das cinco delegacias onde ocorreram as mortes, as estatísticas mensais afirmam que não houve nenhum assassinato na região no mesmo período em que foram registrados os boletins de ocorrência de homicídio.
Painel
RENATA LO PRETE -
painel@uol.com.br

Pavio curto

Ao final de uma semana na qual a descoordenação foi a tônica do governo, Dilma Rousseff se esforçou para transmitir a imagem de que assumiu o controle da articulação política, deixada no piloto automático desde que o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, foi colhido pela revelação de sua escalada patrimonial.
A atitude, estimulada por Lula, preocupa aliados. Se por um lado é natural e esperado que a presidente da República conduza a operação política de seu governo, por outro o desempenho de Dilma nos encontros com parlamentares evidencia um estilo sempre mais próximo do confronto do que da conciliação.


Em resumo Reflexão de um pensador da base aliada sobre a semana que se encerra: 1) Dilma ameaçou o PMDB; 2) O PMDB não recuou; 3) A vida seguiu.

Modesto De Lula, que em 48 horas fez e desfez em Brasília, num momento de autoexame diante de senadores petistas: "Acho que estou me comportando efetivamente como um ex-presidente. Estou olhando, assistindo e torcendo para as coisas darem cada vez mais certo".

*#@!!!! Que ninguém fale de Gilberto Kassab perto de Dilma Rousseff ou Antonio Palocci. O prefeito paulistano, que até outro dia vinha recebendo generosa ajuda do Planalto para engrossar as fileiras do nascituro PSD, caiu em desgraça com a dupla por não ter aberto investigação para apurar o suposto vazamento, da Secretaria de Finanças, de dados sobre o faturamento da empresa do ministro da Casa Civil.

Sede de vingança Em sua ira, os palacianos abandonaram o figurino republicano e agora afirmam que São Paulo pode enterrar a esperança -se alguma ainda restava- de promover a abertura da Copa de 2014.

A cizânia A escolha do Rio para abrigar o centro de imprensa do Mundial, prerrogativa que São Paulo também postulava, escancarou as divergências entre Kassab e Geraldo Alckmin (PSDB) no comitê paulista do evento. Auxiliares do governador passaram a atribuir a responsabilidade pela derrota ao prefeito. Este cumprimentou a capital fluminense por uma conquista que praticamente sepulta as chances de São Paulo abrir a competição.

Universo paralelo Um desavisado que passasse pela convenção do PSDB não imaginaria que o governo de Dilma Rousseff atravessou a semana mais difícil de seus cinco meses de vida e continua enredado em sérios problemas. Exceto por menções nos discursos de FHC e José Serra, os tucanos ignoraram esse assunto menor.

No escuro Na madrugada de ontem, Aécio Neves e seus aliados chegaram a temer pela ausência não apenas de Serra, mas também de Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin.

Que ITV? Objeto de disputa ferrenha até o último instante, o Instituto Teotônio Vilela, por fim negado a Serra, realizou na véspera um evento sobre educação. Nenhum grão-tucano apareceu.

Já vai Acostumados à atenção especial que Lula dedicava ao continente, países africanos têm demandado visita de Dilma. O Itamaraty responde que a demora se deve a compromissos internos de início de governo.

Inspeção Metáfora utilizada por um diplomata para descrever a diferença entre a presidente e seu antecessor: "O Lula, quando chega numa casa nova, vai conhecer a vizinhança. A Dilma vai fazer um balanço doméstico: ver se o encanamento do banheiro está quebrado, se está tudo funcionando direito...".

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"O governo chegou ao cinema no meio do filme e quis rebobinar a fita. O problema é que a plateia não concordou."
DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre a atuação do Palácio do Planalto na votação do Código Florestal na Câmara.

contraponto

Nem queira saber

Durante reunião anteontem com o consórcio de prefeitos do ABC paulista, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reclamou em tom bem-humorado de Luiz Marinho, segundo ela campeão de pedidos de verba à pasta para sua São Bernardo do Campo:
-Ele é insaciável!
Indagado por um colega sobre o teor dos pleitos que encaminha à ministra, o petista brincou:
-Nem te conto o que eu tanto peço! Você não iria acreditar...E o pior é que ela quase sempre atende!
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2905201101.htm
Skaf brigará com Chalita para ser candidato em 2012
Em desvantagem no PMDB, empresário manda recado ao colega e diz que é cedo para "fulanizar" a escolha da sigla


"O meu nome está à disposição do partido", diz presidente da Fiesp sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo

Eduardo Enomoto - 26.mai.2011/News Free
Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que deixou o PSB para se filiar ao PMDB,em evento em SP

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Recém-filiado ao PMDB, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, não faz o tipo radical. Diante de questões polêmicas, evitar ser taxativo.
Mas ao seu modo, em entrevista à Folha, ele envia um recado ao futuro colega de partido, deputado federal Gabriel Chalita, que ingressará na legenda no próximo sábado. "É cedo para fulanizar a eleição de 2012", diz.
Ambos trocaram o PSB pelo PMDB, com a promessa de que seriam os escolhidos para promover a reestruturação da legenda em São Paulo.
Havia, porém, um consenso de que Chalita seria o nome do partido para a sucessão de Gilberto Kassab, e Skaf o cotado para disputar o governo do Estado, em 2014.
Mas, com pesquisas de intenção de voto nas mãos, o empresário se recusa a apontar Chalita como nome natural do PMDB para 2012. "Temos um ano e meio. A política é dinâmica", avalia.
 

O convite
Em 2008 o vice-presidente Michel Temer me convidou para ingressar no PMDB, com a intenção de me lançar candidato ao governo. O partido vivia um momento diferente e o acordo não prosperou. Me filiei ao PSB em 2009, um partido que foi muito correto comigo. Em janeiro deste ano, o Temer renovou o convite. Como era minha intenção e o partido tem o desafio da reconstrução no Estado pela frente, aceitei.

Campanha ao governo
Em 2010, com um minuto de TV e um grau de conhecimento pequeno, eu saí para a disputa com 1% nas pesquisas, e cheguei ao fim da eleição com 4,5% dos votos. Para minha surpresa, há alguns dias, abro um jornal e vejo uma pesquisa para a sucessão na Prefeitura, na qual fui apresentado como candidato e apareci com 8%. No mesmo cenário, Chalita tem 6%. Vi que a política é um caminho.

Chalita 2012
Uma candidatura não deve ser fulanizada. Não importam os interesses pessoais, mas os interesses do partido. O bom candidato é aquele que, no momento certo, reúne mais condições de ganhar a eleição. A decisão é do partido, 2014 também está muito longe. Hoje o meu nome está à disposição do PMDB.

Prefeito Kassab
O que eu sinto é que nas últimas pesquisas houve uma queda na avaliação do prefeito, ele está num momento ruim. Isso na avaliação como gestor. Como político, com a articulação para criar o PSD, mostrou-se rápido, eficiente.

Acordo com PMDB
Há uma intenção de ter candidatura própria à Prefeitura. Em janeiro, o Temer me convidou para ser o candidato. Fechamos em maio, e nesse intervalo houve conversas com o Chalita. Qual é o nível desse comprometimento, deve-se perguntar a eles. Mas temos um ano e meio pela frente. A política é dinâmica. Não estou me colocando como pré-candidato. Só estou dizendo como é a realidade da política.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2905201116.htm
Escolas resgatam o almoço em família
Colégios criam espaço e estimulam pais a fazer refeições com filhos durante a semana, algo cada vez mais raro


Objetivo é aproximar a família do ambiente escolar e fornecer aos "pais apressados" um tempo com seus filhos
Eduardo Knapp/Folhapress
Oanalista de sistemas Marco Antonio Chaves almoça com o filho, João Pedro, 6, no colégio São Luís, centro de São Paulo

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Como quem não quer nada, João Pedro, 6, contou ao pai, o analista de sistemas Marco Antonio Chaves, 37, que alguns colegas almoçavam com os pais na escola.
Foi a deixa para a estreia de Marco Antonio no refeitório do colégio São Luís, na capital, na quinta-feira.
Diante de casais cada vez mais ocupados com o trabalho, colégios particulares de São Paulo e outros Estados têm oferecido a opção de os pais "fugirem" do escritório para almoçar com os filhos que fazem atividades extracurriculares durante a tarde.
Ao menos 20 colégios ouvidos pela Folha (na capital, interior e outros Estados) aderiram à iniciativa. Além de observar como o filho se alimenta, é uma tentativa de resgatar o almoço em família.
O encontro é aberto a pais de alunos de todas as idades, mas acaba funcionando mais com crianças de até dez anos, dizem as escolas.
"Ele já cobrou quando vou vir de novo. Eu disse: "Quando tiver macarrão". Agora, ele não vai parar de procurar no cardápio", brinca Chaves.
No São Luís, o pai estreante sentou-se atrás de uma veterana, a advogada Dolores Cabana de Carvalho, 46.
Duas vezes por semana, há três anos, ela sai do escritório na Paulista para matar a saudade de Matheus, 7. "Não tem remédio melhor que ganhar um beijo no meio do expediente", afirma.

DE OLHO
A refeição é cobrada como num restaurante normal e também acontece nos colégios Humboldt, Santa Cruz, Porto Seguro e Pio 12, na capital, Auxiliadora (Ribeirão Preto) e D'Incao (Bauru).
No Miguel de Cervantes, os pais podem agendar um almoço mensal. No Sidarta, acontece às sextas e, esporadicamente, no Liceu Pasteur (capital) e no Carlos Chagas Filho (São José do Rio Preto).
A rede Marista oferece o almoço com os pais em nove escolas do grupo -em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal.
No Colégio Marista Arquidiocesano, na capital, de 30 a 40 pais almoçam por dia na unidade, de 4.200 alunos.
"Para a família, é um espaço de compensação na vida tão corrida", diz o diretor educacional, Chico Sedrez.
No Marista de Ribeirão Preto, no interior paulista, três vezes por semana, o administrador de empresas Eduardo Stefanelli, 44, e a médica Renata Fedatto, 41, almoçam com os filhos Vitória, 12, e Leonardo, 11.
"Além da praticidade, posso observar o que acontece na escola, os coleguinhas, funcionários, coisas rotineiras da escola", diz Renata.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2905201101.htm
Rede pública deveria fazer o mesmo, diz pedagoga
Especialistas apoiam almoço na escola como forma de interação


Colégios, no entanto, devem dar suporte aos alunos cujos pais não podem fazer o mesmo, afirmam educadores

DE RIBEIRÃO PRETO

Especialistas ouvidos pela Folha apoiam o almoço de pais nas escolas como uma forma de interação com seus filhos. As instituições de ensino devem, no entanto, segundo eles, dar suporte àqueles cujos pais não podem fazer o mesmo.
O almoço em família deveria ser replicado inclusive nas escolas públicas, na opinião de Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"Lamentavelmente, é uma opção excelente que não está posta na escola pública", afirma a pedagoga.
Segundo a docente, o almoço é uma forma de interagir com os filhos e seus colegas, além dos professores.
"O que mais se fala é em participação dos pais na vida escolar, que não deve ser só ao buscar o boletim ou ir à festa junina", disse.
Deixar de oferecer a opção do almoço com os pais porque outras crianças podem se frustar não é correto, diz a especialista -assim não haveria festa do Dia das Mães, por exemplo.
"O ideal é encontrar alternativas, como os tios ou avós, ou mesmo o pai do coleguinha envolvê-lo."
"As crianças hoje em dia sabem quando os pais não podem ficar, eles entendem melhor", diz Ilse Sparovek, do Colégio Humboldt.
Proteger outras crianças cujo pai não pode almoçar na escola não é saudável, diz Lino Macedo, do Instituto de Psicologia da USP.
"As comparações são inevitáveis. "É uma bom motivo para uma roda de discussão, de que não é porque o pai não foi que ele não gosta de mim", diz Lino.
Segundo o professor, o horário de almoço é uma boa hora de conviver com o filho, em comparação ao início da noite. "À noite a criança já está sonolenta ou cansada para conversar
Prefeito ciclista vem a SP para encontro de sustentabilidade
No comando da administração de Copenhague, Frank Jensen usa a bicicleta todos os dias para ir ao trabalho


Prefeito da capital dinamarquesa defende uso maciço da bicicleta para cortar emissões de carbono em sua cidade

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Copenhague quer ser a primeira cidade sustentável do mundo. A capital da Dinamarca, com cerca de 2 milhões de habitantes em sua região metropolitana, almeja chegar ao objetivo até 2025.
A receita para isso envolve o uso maciço da bicicleta, gestão adequada de resíduos e investimento em energias alternativas, como a eólica ou a gerada pela queima do lixo.
Parte dessas iniciativas serão apresentadas nesta semana, em São Paulo, por Frank Jensen, 50, prefeito social-democrata da cidade.
São Paulo- por ser considerada um cidade que "trabalha para ser sustentável", segundo Gilberto Kassab- será sede do C 40 Summit.
O evento, que deveria reunir os 40 prefeitos das maiores cidades do mundo para discutir o que estão fazendo para preservar o meio ambiente, tem, até agora, apenas 17 políticos confirmados.
Leia a seguir trechos da entrevista com Frank Jensen.
 

Que iniciativa é mais importante para que Copenhague se torne neutra em emissão de carbono?
Frank Jensen
A produção de energia é a mais fácil de ser controlada pelo município. Nós investimos em energia eólica. Da biomassa e do lixo nós produzimos calor e energia elétrica. Fazemos esforços para utilizar toda forma de energia de maneira mais eficiente. E também pensamos em meios para que os habitantes poupem energia, seja usando bicicleta ou reciclando lixo.

Quantas pessoas usam a bicicleta no dia a dia?
Eu vou trabalhar de bicicleta. Mais da metade dos moradores usam suas bicicletas todos os dias. E 80% dele continuam usando durante o inverno. Fazemos várias iniciativas para fomentar essa cultura. No inverno, retiramos a neve das ciclovias antes de limparmos as ruas.

E o carro?
A Dinamarca é um dos países mais caros do mundo para se ter um carro, por causa dos impostos e das taxas. Para frear o aumento nas cidades, melhoramos ainda mais a infraestrutura cicloviária e aumentamos a eficiência do transporte público, construindo mais metrôs e integrando trens e ônibus.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2905201112.htm
 
2014
Após ameaça da Fifa, Alckmin e Kassab não vão a debate esportivo


DE SÃO PAULO - Um dia depois de São Paulo ter recebido da Fifa a ameaça de ficar fora da Copa do Mundo de 2014, as duas principais autoridades públicas ligadas ao projeto paulista não apareceram em um evento público para a discussão de esportes.
O prefeito Gilberto Kassab e o governador Geraldo Alckmin tinham prevista a participação, na manhã de ontem, em seminário do Lide Esporte (braço esportivo de grupo de líderes empresariais). Ironicamente, eles discutiriam o assunto ""Os Objetivos e Desafios do Esporte Brasileiro".
Kassab informou que não participaria do evento às 23h30 de anteontem. Alckmin estava em Brasília.
O governador ainda tenta marcar encontro com o presidente do Comitê Organizador Local, Ricardo Teixeira, para incluir São Paulo na Copa das Confederações-13.
Secretário de Esporte de São Paulo, Jorge Pagura também não foi ao evento de ontem por motivo de saúde.
Quem esteve no seminário foi o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr. Ele voltou a criticar as autoridades paulistas, especialmente o ex-governador José Serra, pela situação da cidade para a Copa-14.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk2905201124.htm

Lula vê governo ‘ingênuo’ e avisa que ‘Kassab é Serra’

Ex-presidente acredita que tucano está por trás do ‘vazamento’ de dados da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil

    Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
    BRASÍLIA - Em conversas mantidas com ministros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo foi "ingênuo" ao acreditar no prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM). Ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, Kassab prometeu apurar se houve vazamento de dados fiscais da empresa de consultoria Projeto pela Secretaria de Finanças. Palocci é o dono da Projeto.
    Marcio Fernandes/AE - 27.05.2011
    Marcio Fernandes/AE - 27.05.2011
    Para Lula, Serra, aliado de Kassab, pode estar por trás de 'vazamento'
    "Esse Kassab é Serra. Não se iludam!", afirmou Lula, numa referência ao ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O prefeito deixou o DEM e fundou o PSD, que nasceu com a bênção do Palácio do Planalto. No governo de Dilma Rousseff, Kassab é visto como potencial novo aliado.
    Foi com essa avaliação que Palocci, acusado de multiplicar o próprio patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos, telefonou para o prefeito e pediu a ele averiguação sobre possível vazamento dos dados da Projeto. Kassab disse que mandaria investigar o caso, mas, de acordo com auxiliares de Dilma, a promessa não foi adiante.
    Lula acredita que Serra está por trás do que chama de "vazamento". No Planalto, petistas lembram que Mauro Ricardo Costa, secretário de Finanças da Prefeitura, é aliado de Serra. Quando o tucano era governador, Costa foi secretário da Fazenda.
    "É preciso verificar o que há de quebra de sigilo nesse episódio e onde está o cerne da luta política. É isso o que queremos enfrentar", insistiu o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
    Serra nem tomou conhecimento das suspeitas. Antes do contra-ataque, o ex-governador - que perdeu a eleição para Dilma - disse achar normal um político ganhar dinheiro fora do governo.
    Em nota, a Secretaria de Finanças explicou que os acessos às informações da Projeto foram feitos pela própria empresa ou por servidores que realizaram "procedimentos demandados pelo próprio contribuinte", como recolhimento de tributos e retificação de lançamentos fiscais.
    Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a Projeto faturou R$ 20 milhões em 2010, quando Palocci coordenou a campanha de Dilma, sendo metade dessa cifra entre novembro e dezembro, após a eleição. No governo, comenta-se que várias notas fiscais de serviços prestados pela empresa foram canceladas e, portanto, o faturamento teria sido menor.

    Grupo de Aécio vence Serra e passa a comandar PSDB

      AE - Agência Estado
      O ex-governador José Serra saiu hoje derrotado na briga interna pelo comando do PSDB e pela liderança na fila de pré-candidatos da legenda ao Planalto em 2014. No novo balanço de poder do partido, o grupo político do senador Aécio Neves (MG) obteve o comando de postos-chave na máquina partidária. Como prêmio de consolação, Serra vai presidir o Conselho Político do PSDB.
      Depois de uma madrugada tensa de negociações, Serra recuou do desejo de presidir o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Para minimizar danos e não aprofundar o racha partidário, os caciques do partido decidiram turbinar o Conselho Político, atribuindo-lhe funções práticas, como a edição de normas internas. Mas apesar de presidir o novo órgão, Serra não terá ali maioria. Do mesmo colegiado farão parte o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o próprio Aécio e os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perilo (GO).
      A luta pelo ITV, que será presidido pelo ex-senador cearense Tasso Jereissati, mais afinado com Aécio, era o pano de fundo da convenção nacional do PSDB que reelegeu o deputado Sérgio Guerra (PE) presidente nacional do partido. A disputa antecipou 2014, em uma espécie de primeira etapa das prévias partidárias que irão escolher o candidato tucano à sucessão da presidente Dilma Rousseff. O objeto real do duelo entre aecistas e serristas era o controle da estrutura partidária para a construção de uma candidatura presidencial.
      Especial

      Servidores se queixam dos baixos salários da saúde

      Médicos, enfermeiros, auxiliares e seguranças são alvo de críticas dos usuários do SUS
      Por: Jornal Brasil Atual
      Publicado em 28/05/2011, 09:41
      Última atualização às 09:41
      Servidores se queixam dos baixos salários da saúde
      O SUS e a realidade das OSS: uma briga de foice (Foto: Divulgação)
      Sindicalistas que representam os funcionários da Saúde reclamam das condições de trabalho e da falta de concursos públicos. “O clima e o desgaste em unidades administradas pelas OSS são tão grandes que a maioria dos trabalhadores não quer permanecer lá”, dizem. 
      Para a diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde do Estado (SindSaúde), Maria Araci dos Santos, o problema é que, desde 2004, os trabalhadores do estado são cedidos às prefeituras, por causa da municipalização e da administração indireta das OSS. “De quem a gente deve acatar ordem, do pessoal da OSS? O estado nos cedeu à Prefeitura, mas o estado não pode nos ceder para a OSS! Há um conflito generalizado”, diz Araci. “Quando há um curso de capacitação, formação e qualificação, o favorecido é quem trabalha na OSS", conta ela, acrescentando: “por termos tempo de casa, somos chamados de ‘velhos’”. 
      Outro problema é a diferença salarial existente entre enfermeiros, auxiliares e médicos. Numa mesma unidade, há profissionais, na mesma função, que ganham salários diferentes, diz Irene Batista de Paula, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo. “E quem trabalha nas OSS recebe mais que os servidores públicos”, completa. 

      Hoje, o médico de uma OSS ganha salário inicial de R$ 7.000,00, que pode chegar a R$ 13.000,00 na periferia da Zona Sul ou Zona Leste, pagos pela OSS com dinheiro público. No entanto, o salário base inicial de um médico da Prefeitura é de R$ 1.272,00 e, para ganhar R$ 5.000,00 ele tem de fazer plantões extras. 
      Hoje faltam 500 médicos na rede municipal. “E é fácil entender por quê”, diz o presidente do Sindicato dos Médicos, Cid Carvalhaes. “O médico é obrigado a trabalhar vulnerável a toda sorte de eventos. A Prefeitura argumenta que o médico ganha, em média, R$ 2.500,00. Mas isso só ocorre graças à folha corrida da miséria, um monte de gratificação que desaparece com o afastamento dele, especialmente com a aposentadoria. No Estado, é pior ainda: o salário base é de R$ 600,00 e só chega a valores maiores com a mesma manobra.” 
      O Sindicato dos Médicos registra, em média, 20 homologações diárias de médicos do Estado e da Prefeitura. “Nunca o sindicato teve um índice tão elevado”, diz Carvalhaes.

      Insatisfação geral

       A saúde em São Paulo recebeu, em 2010, a nota 5,1 numa pesquisa do Irbem, os Indicadores de Referência de Bem Estar no Município. “75% da população estão insatisfeitos com o tempo médio entre a marcação de consulta e a realização do exame e 79% com os procedimentos mais complexos, como cirurgias e exames especializados.”
      A referência mínima dada pelo Ministério da Saúde é de 2,5 leitos hospitalares para cada mil habitantes. São Paulo tem 3,1 leitos para cada mil. O problema é que os leitos ficam na Região Central da cidade e a periferia fica desassistida. O Plano de Metas da Prefeitura prevê a construção de três hospitais, até 2012, na Zonas Sul, Leste e Norte. Os projetos estão em fase de licitação, mas ainda há a construção, a equipagem do hospital e a contratação do pessoal para que comecem a funcionar. 
      Mas e se o prefeito não cumprir o Plano? A lei não prevê punição. O prefeito tem que apresentar, até 90 dias após a posse, um programa de metas de acordo com as promessas feitas em campanha. Tudo fica registrado e ele tem de transformar em programa de governo. Se não cumprir, a população o julgará nas eleições seguintes. 

      Por uma CPI da privatização

       De acordo com o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), a privatização da saúde por meio das Organizações Sociais de Saúde (OSS), um modelo tucano de gestão, deve ser impedida. “Temos de tentar barrar essa privatização promovendo o debate público com entidades, organizações e Promotorias Públicas. Para Marcolino, o atendimento médico, que já era ruim, piorou, e o controle do Estado ficou menor. “Antes, os deputados acompanhavam e gerenciavam os equipamentos públicos de saúde. “Com a intervenção privada, via OSS, a fiscalização já não é mais a mesma” , diz.  

      Como se conquista


      Para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa são necessárias assinaturas de 32 parlamentares. A bancada do PT tem 24 deputados e conta com o apoio de dois do PC do B, um do PSOL e um do PDT. Ficam faltando, portanto, mais quatro assinaturas para a oposição instalar uma CPI. O deputado Marcolino elegeu como uma de suas prioridades propor a mudança no regimento da Assembleia para que os pedidos de CPIs sejam protocolados de forma proporcional ao número de parlamentares de cada bancada. “Isso cria condições para os partidos apresentarem propostas e promoverem o debate para uma fiscalização mais efetiva”, diz o parlamentar.

       


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