GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A Justiça determinou nesta quarta-feira
que os oito últimos presos suspeitos de envolvimento num suposto esquema de
fraudes nos plantões médicos do centro hospitalar de Sorocaba (99 km de São
Paulo) fossem soltos. Outros quatro já haviam sido libertados.
A investigação desencadeou uma
auditoria em todos os hospitais do Estado e causou a demissão do secretário
estadual de Esportes, Lazer e Cultura, Jorge Pagura, e do coordenador de
serviços de Saúde, Ricardo Tardelli.
A soltura ocorreu por causa do fim do
prazo da prisão temporária dos investigados.
Segundo o Ministério Público, "não
há possibilidade processual" para pedir a prisão preventiva dos suspeitos,
já que eles foram interrogados e vários documentos foram apreendidos.
À Folha, por e-mail, o ex-diretor do centro hospitalar
Heitor Consani negou as acusações --ele e o ex-diretor Ricardo Salim são
apontados como chefes do esquema.
Consani disse que, assim que assumiu a
direção, há quatro meses, apurou denúncias sobre plantões-fantasmas.
"Cancelei e determinei o não pagamento de plantões suspeitos e desativei
acessos ao conjunto hospitalar, visando controlar a entrada e saída de
funcionários."
Ele afirmou que não investigou a
extensão das irregularidades por conta do pouco tempo no cargo e que detectou
irregularidades em contratos e sindicâncias de ex-diretores, incluindo Salim.
Solto no sábado (18) por decisão do
Tribunal de Justiça, o médico atua desde 1999 no CHS, onde foi diretor do setor
de cirurgias e de divisão médica. Consani disse não conhecer Pagura e ter
"relação profissional" com Tardelli.
Escutas divulgadas pela TV Globo
sugerem que Consani ligou para um empresário a fim de comunicar uma licitação,
perguntando "se havia interesse".
"Essa conversa deu-se em janeiro
[antes de assumir como diretor]. Soube que haveria uma possível licitação e
comentei com uma pessoa que trabalhava no ramo. Nada mais. Era uma nova
licitação. As informações eram públicas."
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