19/06/2011

Livre, leve e solto



Tribunal de Justiça concede liminar e solta Heitor Consani, diretor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, preso desde quinta-feira


Fernanda Ikedo
Agência BOM DIA
Graças a um alvará de soltura (habeas corpus) expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o médico e ex-diretor do CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba), Heitor Fernando Xediek Consani, abreviou em pelo menos dois dias sua permanência na prisão improvisada dentro do o quartel do CPI-7 (Comando de Policiamento do Interior-7–), onde ele estava desde quinta-feira passada.

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Nesse dia, junto de outros acusados de participar de um esquema de fraude em licitação e pagamento irregular de hora extra a médicos e dentistas do CHS, Heitor estava preso de maneira provisória até que a polícia colhesse provas dos crimes. A prisão foi a maneira encontrada para que os acusados não tivessem tempo de se desfazer de provas dos crimes que são acusados.

Constrangimento
Os policiais do Grupo Antissequestro e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado), responsáveis pela operação Hipócrates, não digeriram bem a decisão, deixando transparecer um ar de descontentamento com a decisão do Tribunal de Justiça.

Era por volta das 12h30, neste sábado (18), quando os repórteres que estavam de plantão na delegacia do Grupo Antissequestro, foram comunicados do alvará. O promotor de justiça Wellington Veloso encaminhou-se para o quartel do CPI-7 (Comando de Policiamento do Interior-7–) para analisar o documento do Tribunal de Justiça, assinado pelo desembargador Athar de Paiva Coutinho.

Exatamente às 13h15, Heitor Consani deixou o quartel no banco do passageiro de um Passat preto, com placa de São Paulo, conduzido por seu advogado Jaime Almeida Neto. De acordo com Wellington, não consta no alvará de soltura nenhum impedimento, para que Heitor deixe a cidade. Ou seja, Heitor está solto e livre como se não fosse peça-chave da investigação.

Heitor Consani nem abriu o vidro do carro e deixou o local onde estava preso sem falar com a imprensa.

Depoimentos
Durante toda a manhã de sábado foram ouvidos dois acusados e uma testemunha do caso. Às 9h30, teve início o depoimento de Tânia Aparecida Lopes, responsável pelas licitações do Conjunto Hospitalar. Ela foi ouvida pela promotora delegada Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho. Simultaneamente foi ouvida uma testemunha, funcionário de uma empresa de informática de Sorocaba, que está envolvida nos processos de licitação do CHS.

Depois de duas horas começou a ser interrogado o dentista Tarley Eloy Pessoa, que, segundo a acusação, foi um dos mais privilegiados com o esquema de fraude de pagamento de hora extra sem que ele tivesse trabalhado. Ou seja, ele recebia pelo que não fez. Conforme o promotor, nenhum depoimento trouxera novidade para a investigação.
As oitivas foram encerradas ontem, mas conforme o promotor, os acusados podem ser chamados novamente amanhã, quando encerram os prazos das prisões temporárias, para novos depoimentos.

Neste domingo, os policiais e promotores vão se dedicar a examinar os documentos e demais itens que foram apreendidos durante a operação, que resultou na prisão de 12 acusados, na última quinta-feira. Sexta-feira, por volta das 21h, após prestar depoimento, a diretora do departamento de Recursos Humanos, Márcia Regina Leite Ramos, foi liberada.

Oito seguem presos, mas podem sair nesta segunda
Da mesma forma que o Tribunal de Justiça de São Paulo expediu alvará de soltura para o diretor do CHS, Heitor Consani, pode ter a mesma atitude em relação aos demais oito acusados que continuam presos, conforme os pedidos dos advogados.

O promotor Wellington Veloso não refuta a hipótese. “Era até uma atitude esperada”, diz o promotor em relação ao alvará de Heitor Consani.

Os acusados que continuam presos no alojamento do quartel do CPI-7 são: Ricardo José Salim (ex-diretor do CHS), Célia Chaib Arbage Romani, Tânia Aparecida Lopes, Tarley Eloy Pessoa de Barros, Tânia Maris de Paiva, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado Salim e Edson Brito Aleixo.

Ontem, na delegacia do Grupo Antissequestro a entrada e saída de pessoas resumiu-se a policiais, promotores,  advogados e à mulher de um dos acusados que queria acompanhar o andamento das investigações.

No quartel, minutos antes da saída de Heitor Consani do CPI-7, entrou o advogado do empresário Edson Brito Leite, Fernando Câmara. Somente advogados tem permissão para  visitas.

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