Leila Gapy leila.gapy@jcruzeiro.com.br
No Projeto Memória do jornal Cruzeiro do Sul há registros de que os problemas de irregularidades, mau uso de verbas e mau atendimento no CHS já ultrapassam 10 anos. A maior parte das matérias publicadas entre 17 de junho de 2001 e ontem são de relatórios de denúncias contra a administração do hospital ao Estado por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB - Sorocaba), de comissões políticas municipais e estaduais, e por parte do sindicato de funcionários da saúde. Mas há também críticas e denúncias contra os atendimentos por parte de pacientes, ora por conta de falta de médicos, ora por falta de medicamentos ou aparelhos, como de hemodiálise. Os arquivos contam a história de um dos maiores hospitais do interior do Estado.
2001
O primeiro texto publicado é do então repórter Dinilson Vieira, no dia 7 de setembro de 2001, quando ele relata a iniciativa de dois políticos, o deputado estadual Hamilton Pereira e o então vereador Arnô Pereira, ambos PT, de abrir uma Comissão de Representação na Assembléia Legislativa para averiguação da situação do hospital. Naquela ocasião, matérias da imprensa local e pacientes já delatavam a precariedade do atendimento. Naquele mesmo ano, a comissão foi criada (com mais cinco parlamentares) e várias denúncias formalizadas. Já a diretoria do CHS, no dia 22 de setembro, rebate as acusações justificando o mau atendimento no crescimento desordenado nos pacientes no local.
Um ano depois, apesar dos registros de novas denúncias e verificações por parte da comissão, uma audiência foi realizada com a presença do então secretário da Saúde, José da Silva Guedes, para apresentação formal do mau atendimento. Na oportunidade, conforme relata a matéria do publicada dia 2 de junho de 2002, o secretário ironizou a situação dizendo que "se tudo que foi dito aqui é verdade, é melhor fechar o hospital de uma vez". Pouco tempo depois, o jornal noticiou (no dia 28 de junho de 2002), um mutirão da Saúde para a realização de cirurgias eletivas (sem urgência) para colocar fim à fila de espera, que na ocasião chegava a 4 mil pacientes.
Em 2005 os registros se alternam entre relatórios de denúncias do grupo de Diretos Humanos da OAB (matéria de 14 de maio), problemas no atendimento (17 de julho) e licitação para compra de próteses (7 de dezembro). No ano seguinte, a OAB voltou a apresentar denúncias de irregularidades no atendimento do hospital. Na ocasião o relatório, publicado dia 18 de janeiro, dizia que "há pacientes acamados em macas sem divisórias, colocados lado a lado, sem proteção alguma, em salas sem janelas, sem ventilação". No mesmo ano e no seguinte, 2007, as reportagens informam sobre o mau atendimento, falta de remédio ou problemas com máquinas, como quebra da bomba de hemodiálise, registrada na matéria da repórter Carolina Santana no dia 13 de maio de 2007.
Na ocasião, uma paciente relatava que não era a primeira vez que ficava impossibilitada de fazer a hemodiálise por falta de aparelho no setor do hospital Leonor Mendes de Barros, pertencente ao Conjunto. Na sequência, no dia 15 de junho de 2007, o então diretor técnico Caichi Ywata, negava as denúncias de superlotação com a afirmação "Trata-se de uma ilusão de ótica". Quase um ano depois, em 7 de maio de 2008, a então Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - da Assembléia Legislativa, que avaliava o atendimento público estadual na saúde - encaminhava ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) os contratos firmados pelo CHS para terceirização de vários serviços. A denúncia era de irregularidades nos contratos de 2006 e 2007.
No mesmo ano, conforme matéria do dia 8 de novembro de 2008, o TCE julgou irregular as licitações do CHS referentes a 2002, quanto aos serviços de manutenção de camas no setor de queimados. Meses depois, em 8 de maio de 2009, o jornal publicou que o TCE também havia julgado irregular as contratações feitas, pelo CHS, junto à empresa J. Coan, então responsável pela alimentação na unidade.
2010
Já no ano passado, no dia 27 de agosto, mais de 50 servidores se reuniram em assembleia para formalizar denúncias que seriam encaminhadas ao MP e ao Estado, juntamente com o pedido de saída da então atual diretoria. No texto da repórter Maíra Fernandes os servidores expuseram os problemas que vivenciavam no hospital desde 2008, quando o médico Ricardo Salim assumiu a direção do hospital. Na ocasião os funcionários chamavam, abertamente, aquela diretoria de "máfia" e denunciavam abusos e uso indevido de plantões extras, com contemplação do "grupo do dr. Ricardo Salim", além de assédio moral, perseguição a funcionários, desconhecimento do Plano Diretor do CHS, inicio de obras sem consulta de técnicos. Naquela ocasião, conforme a matéria, a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que "tais declarações são mentirosas e claramente eleitoreiras; que o Conjunto obedecia "estritamente" às Leis Complementares que regulam os plantões extras e que tudo era fiscalizado pela SES.
No Projeto Memória do jornal Cruzeiro do Sul há registros de que os problemas de irregularidades, mau uso de verbas e mau atendimento no CHS já ultrapassam 10 anos. A maior parte das matérias publicadas entre 17 de junho de 2001 e ontem são de relatórios de denúncias contra a administração do hospital ao Estado por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB - Sorocaba), de comissões políticas municipais e estaduais, e por parte do sindicato de funcionários da saúde. Mas há também críticas e denúncias contra os atendimentos por parte de pacientes, ora por conta de falta de médicos, ora por falta de medicamentos ou aparelhos, como de hemodiálise. Os arquivos contam a história de um dos maiores hospitais do interior do Estado.
2001
O primeiro texto publicado é do então repórter Dinilson Vieira, no dia 7 de setembro de 2001, quando ele relata a iniciativa de dois políticos, o deputado estadual Hamilton Pereira e o então vereador Arnô Pereira, ambos PT, de abrir uma Comissão de Representação na Assembléia Legislativa para averiguação da situação do hospital. Naquela ocasião, matérias da imprensa local e pacientes já delatavam a precariedade do atendimento. Naquele mesmo ano, a comissão foi criada (com mais cinco parlamentares) e várias denúncias formalizadas. Já a diretoria do CHS, no dia 22 de setembro, rebate as acusações justificando o mau atendimento no crescimento desordenado nos pacientes no local.
Um ano depois, apesar dos registros de novas denúncias e verificações por parte da comissão, uma audiência foi realizada com a presença do então secretário da Saúde, José da Silva Guedes, para apresentação formal do mau atendimento. Na oportunidade, conforme relata a matéria do publicada dia 2 de junho de 2002, o secretário ironizou a situação dizendo que "se tudo que foi dito aqui é verdade, é melhor fechar o hospital de uma vez". Pouco tempo depois, o jornal noticiou (no dia 28 de junho de 2002), um mutirão da Saúde para a realização de cirurgias eletivas (sem urgência) para colocar fim à fila de espera, que na ocasião chegava a 4 mil pacientes.
Em 2005 os registros se alternam entre relatórios de denúncias do grupo de Diretos Humanos da OAB (matéria de 14 de maio), problemas no atendimento (17 de julho) e licitação para compra de próteses (7 de dezembro). No ano seguinte, a OAB voltou a apresentar denúncias de irregularidades no atendimento do hospital. Na ocasião o relatório, publicado dia 18 de janeiro, dizia que "há pacientes acamados em macas sem divisórias, colocados lado a lado, sem proteção alguma, em salas sem janelas, sem ventilação". No mesmo ano e no seguinte, 2007, as reportagens informam sobre o mau atendimento, falta de remédio ou problemas com máquinas, como quebra da bomba de hemodiálise, registrada na matéria da repórter Carolina Santana no dia 13 de maio de 2007.
Na ocasião, uma paciente relatava que não era a primeira vez que ficava impossibilitada de fazer a hemodiálise por falta de aparelho no setor do hospital Leonor Mendes de Barros, pertencente ao Conjunto. Na sequência, no dia 15 de junho de 2007, o então diretor técnico Caichi Ywata, negava as denúncias de superlotação com a afirmação "Trata-se de uma ilusão de ótica". Quase um ano depois, em 7 de maio de 2008, a então Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - da Assembléia Legislativa, que avaliava o atendimento público estadual na saúde - encaminhava ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) os contratos firmados pelo CHS para terceirização de vários serviços. A denúncia era de irregularidades nos contratos de 2006 e 2007.
No mesmo ano, conforme matéria do dia 8 de novembro de 2008, o TCE julgou irregular as licitações do CHS referentes a 2002, quanto aos serviços de manutenção de camas no setor de queimados. Meses depois, em 8 de maio de 2009, o jornal publicou que o TCE também havia julgado irregular as contratações feitas, pelo CHS, junto à empresa J. Coan, então responsável pela alimentação na unidade.
2010
Já no ano passado, no dia 27 de agosto, mais de 50 servidores se reuniram em assembleia para formalizar denúncias que seriam encaminhadas ao MP e ao Estado, juntamente com o pedido de saída da então atual diretoria. No texto da repórter Maíra Fernandes os servidores expuseram os problemas que vivenciavam no hospital desde 2008, quando o médico Ricardo Salim assumiu a direção do hospital. Na ocasião os funcionários chamavam, abertamente, aquela diretoria de "máfia" e denunciavam abusos e uso indevido de plantões extras, com contemplação do "grupo do dr. Ricardo Salim", além de assédio moral, perseguição a funcionários, desconhecimento do Plano Diretor do CHS, inicio de obras sem consulta de técnicos. Naquela ocasião, conforme a matéria, a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que "tais declarações são mentirosas e claramente eleitoreiras; que o Conjunto obedecia "estritamente" às Leis Complementares que regulam os plantões extras e que tudo era fiscalizado pela SES.
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