02/06/2011

Reunião entre ferroviários e CPTM termina sem acordo


Representantes vão voltar a se reunir na Justiça do Trabalho.
Secretário afirma que não foi feita uma nova proposta de reajuste salarial.

Letícia MacedoDo G1 SP
Terminou por volta das 10h20 desta quinta-feira (2) a reunião entre representantes da CPTM e os sindicatos que representam os ferroviários para tentar por fim à greve que entrou no seu segundo dia  na Grande São Paulo. O encontro começou por volta das 7h30 na Estação Brás. Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ainda não houve um acordo com a categoria, mas ele afirmou que os funcionários se mostraram dispostos a negociar.
A CPTM chegou a afirmar que todas as 89 estações de trem da região metropolitana não operaram nesta manhã, afetando 2,45 milhões de passageiros.
De acordo com Fernandes, não foi feita uma nova proposta de reajuste salarial, mas outras propostas da CPTM que não estavam claras foram explicadas aos ferroviários. A categoria reivindica um aumento real de 5% (além da inflação) e a companhia oferece um aumento de 3,07%.
Representantes da companhia e dos sindicatos voltam a se reunir às 11h desta quinta no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo para uma audiência conciliatória.
Segundo o secretário, foi pedido que a categoria cumprisse a determinação da Justiça de manter 90% do sistema ferroviário funcionando nos horários de pico. Os sindicalistas alegaram, segundo ele, que não poderiam voltar ao trabalho sem consultar as bases. Os representantes da CPTM e do governo estadual pediram, então, que fosse antecipada a assembléia da categoria prevista inicialmente para as 18h desta quinta-feira. Jurandir afirmou que isso pode fazer com que “o pico da volta [para casa] seja atenuado” nesta tarde.
Os representantes dos sindicatos que representam os ferroviários saíram da reunião e seguiram para a sede do TRT, na Rua da Consolação, na região central de São Paulo, sem falar com a imprensa.
O diretor de operações da CPTM, José Lavorente, acredita que seja possível restabelecer a operação dos trens no período da tarde.
estação corinthians itaquera  (Foto: Werther Santana/Agência Estado)Multidão tentava embarcar nesta manhã na Estação Corinthians-Itaquera, do Metrô, por causa da greve da CPTM (Foto: Werther Santana/Agência Estado)
Segundo Mário Bandeira, presidente da CPTM, 2,45 milhões de pessoas utilizam as seis linhas da CPTM diariamente. Ele afirmou que não foi possível acionar o Plano de Apoio entre as Empresas em Situação de Emergência (Paese), que redireciona algumas linhas de ônibus para o itinerário dos trechos do sistema afetados pela paralisação, por que o Paese só consegue atender pequenos trechos.
Em assembleia nesta quarta-feira (1º), o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, responsável pelos funcionários das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa decidiu cruzar os braços a partir da 0h desta quinta, ampliando a greve da categoria iniciada nesta quarta. O sindicato aguardava uma nova proposta de reajuste por parte da empresa, o que acabou não acontecendo. Na terça-feira (31), outros dois sindicatos de funcionários da CPTM já haviam decidido entrar em greve. Ao longo desta quarta-feira, a paralisação afetou principalmente passageiros da Zona Leste de São Paulo.
Greve no ABC
No ABC, motoristas e cobradores de ônibus de empresas particulares decidiram manter a greve iniciada na quarta-feira. A paralisação afeta o transporte municipal e intermunicipal em Santo André, São Bernardo do Campo, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires nesta quinta-feira.
Os trabalhadores querem 15% de aumento nos salários, mas as companhias oferecem 8%. O sindicato que representa os funcionários afirma que as empresas não apresentaram nova proposta.
Uma audiência de concialiação será realiza nesta quinta-feira no TRT, às 14h.

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