Por Caio do Valle e Felipe Tau
Um mês depois do assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), o clima ainda é de insegurança no câmpus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), zona oeste.
Apesar de algumas viaturas da Polícia Militar já estarem circulando no local, alunos e professores afirmam que a ronda ainda é insuficiente, porque certas características da Cidade Universitária facilitam a ação dos criminosos. Entre as mais citadas estão a falta de iluminação, o tamanho do câmpus e a presença de matagais.
Esses elementos podem ser observados em sete áreas consideradas de maior risco no interior da USP, de acordo com mapa elaborado pelo Centro de Planejamento e Controle do câmpus (veja abaixo). Quatro desses pontos ficam perto de portarias. O material foi apresentado no início de maio – semanas antes do crime – em uma reunião do Conselho Gestor. Um funcionário, que preferiu não revelar o nome, afirmou que, em seis desses locais, a incidência de furtos e roubos é maior. No outro, o maior problema é o alto índice de furto de carros.
O diretor de operações e vigilância do câmpus, Ronaldo Pena, disse que a segurança tem trabalhado preventivamente. “Já estamos atuando nesses pontos.” Além disso, afirmou ele, um material informativo com dicas de segurança passou a ser distribuído.
De acordo com o mapeamento, o trecho que apresentaria mais furtos de automóveis engloba partes da Politécnica, da Faculdade de Psicologia, da ECA e da FEA.
Oficialmente, a USP informou, por meio de sua assessoria, que o mapa foi apresentado “apenas como exemplo do que se pretende fazer” e que ele “está bastante desatualizado”, não podendo, segundo a nota, “ser usado”. No entanto, não foi dado um prazo para que a “forma definitiva” desse mapeamento seja divulgada. A USP ainda afirmou que só se manifestará sobre o tema segurança no câmpus após a formalização do protocolo de atuação da PM e que a iluminação será reformulada
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