GISELE TAMAMAR
O jovem que optou pelo ensino médio aliado ao curso técnico ganha em média 12,5% a mais do que aquele que fez o ensino médio comum. A diferença é ainda maior para quem escolheu a área industrial: 18,8%. Já o setor agropecuário segue a média geral e o setor de serviços registra uma remuneração 9,3% superior. A constatação faz parte da pesquisa da Fundação Itaú Social com base na Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad).
“O custo do ensino médio profissionalizante é maior ante o convencional, mas o retorno que proporciona compensa o que foi investido”, destaca a gerente de avaliação de projetos do Grupo Itaú Unibanco, Lígia Vasconcellos.
O responsável pela unidade de ensino médio e técnico do Centro Paula Souza, Almério Melquíades de Araújo, observa que nas camadas mais populares o jovem começa a trabalhar cedo e está a procura de emprego com 18 anos. Durante essa busca, ele vai se deparar com um grande número de vagas que exigem apenas o ensino médio. No entanto, a remuneração será baixa. “Com uma formação técnica, é natural que ele ganhe mais e tenha mais chance no mercado de trabalho.”
Entre as áreas mais procuradas no Centro Paula Souza, o destaque são os cursos de gestão, ligados à administração e logística. Aparecem em seguida informática, indústria e saúde. E a perspectiva de conseguir um trabalho é positiva. A taxa de empregabilidade para quem fez um curso técnico é de 75% depois de um ano.
Segundo Araújo, 70% dos alunos com idade entre 14 a 17 anos matriculados no ensino médio estudam no período diurno. Destes, apenas 5% estão se preparando para ingressar no mercado de trabalho por meio de um curso técnico. Para aumentar esse número, o governo do Estado lançou este mês o programa Rede Ensino Médio Técnico, que vai oferecer a educação técnica profissional em duas modalidades.
A primeira, a concomitante, começa em outubro. O aluno fará o ensino médio na rede estadual e o técnico em uma instituição parceira. Já a modalidade integral, feita em uma única unidade, começará no ano que vem. Em 2012, serão oferecidas 100 mil vagas. A meta é atingir 450 mil estudantes até 2014.
Carência
Com um mercado de trabalho aquecido e a intensa busca por profissionais qualificados, o ensino técnico aparece como uma forma rápida de suprir essa demanda, na opinião de Tony Geraldo Carneiro, gerente de gestão de pessoas do Instituto Presbiteriano Mackenzie. “O lado negativo é que a maioria das pessoas que cursam o ensino técnico não dá sequência ao ensino superior. No entanto, os pontos positivos, como a redução do desemprego, facilitação do acesso ao trabalho, geração de renda e atendimento da demanda por mão de obra, compensam o ponto negativo.”
Com um mercado de trabalho aquecido e a intensa busca por profissionais qualificados, o ensino técnico aparece como uma forma rápida de suprir essa demanda, na opinião de Tony Geraldo Carneiro, gerente de gestão de pessoas do Instituto Presbiteriano Mackenzie. “O lado negativo é que a maioria das pessoas que cursam o ensino técnico não dá sequência ao ensino superior. No entanto, os pontos positivos, como a redução do desemprego, facilitação do acesso ao trabalho, geração de renda e atendimento da demanda por mão de obra, compensam o ponto negativo.”
Para o professor Waldir Quadros, do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit/Unicamp), o ensino médio profissionalizante de qualidade pode se constituir na principal via de acesso ao mercado qualificado para jovens da baixa classe média.
“Escolaridade e capacitação são fundamentais para qualquer atividade. O curso técnico serve como direcionamento para a vida profissional do jovem e abre portas”, diz o gerente regional do Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT), Nelson Miguel Júnior.
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