Débora Bergamasco, Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
Uma empresa que pertence à prima do secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, quase quadruplicou o valor de seus contratos com a Prefeitura de São Paulo entre 2006, ano em que Branco entrou no governo, e 2010. Apenas um dos contratos teve oito atualizações no período - o valor original de R$ 7,5 milhões pulou para R$ 48,9 milhões ao longo de seis anos, em valores corrigidos.
Veja também:
'É uma infeliz coincidência', diz sócio da empresa
A Egypt está registrada em nome do casal Cíntia Branco Farhat, prima de primeiro grau do secretário, e Mário Tadeu Shkair Farhat, marido de Cíntia e irmão do ex-vereador Rogério Farhat (PTB). A empresa nega haver conflito de interesses. Mas todos os órgãos municipais que contrataram a Egypt desde 2006 estiveram em algum momento sob coordenação de Marcelo Branco. Em alguns casos, a Egypt foi contratada para realizar projetos cujo principal idealizador era o próprio secretário.
'É uma infeliz coincidência', diz sócio da empresa
A Egypt está registrada em nome do casal Cíntia Branco Farhat, prima de primeiro grau do secretário, e Mário Tadeu Shkair Farhat, marido de Cíntia e irmão do ex-vereador Rogério Farhat (PTB). A empresa nega haver conflito de interesses. Mas todos os órgãos municipais que contrataram a Egypt desde 2006 estiveram em algum momento sob coordenação de Marcelo Branco. Em alguns casos, a Egypt foi contratada para realizar projetos cujo principal idealizador era o próprio secretário.
Sob sua gestão direta, Branco assinou dois termos aditivos com a empresa de sua prima no valor total de R$ 10 milhões pela São Paulo Transporte (SPTrans) e um contrato de R$ 3,6 milhões pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb).
A empresa presta serviços à Prefeitura desde a década de 1990. Após Branco entrar na administração, os contratos começaram se multiplicar. Nomeado secretário de Infraestrutura Urbana e Obras em 2006, ele assumiu a Secretaria de Transportes e a presidência da SPTrans em 2010. No ano em que ele entrou na Prefeitura, apenas um contrato de R$ 6 milhões - ou R$ 7,5 milhões, em valores corrigidos - havia sido firmado entre a São Paulo Transporte (SPTrans) e a empresa, que deveria cuidar dos abrigos de ônibus pelo prazo de 12 meses. Já em 2010 foram R$ 27,9 milhões em contratos assinados com a Egypt e consórcios dos quais ela faz parte. No total, foram mais de R$ 60 milhões firmados desde 2006.
Prorrogação. O principal negócio para a empresa foi justamente o primeiro contrato, de 2006. Ao longo dos anos, o preço inicial ganhou oito atualizações e seu valor total já pulou de R$ 7,5 milhões para R$ 48,9 milhões, em valores de 2010. A duração também se multiplicou em igual proporção. Em abril deste ano, o contrato foi prorrogado pela quinta vez e ficará em vigor até abril de 2012. Esse é o limite para prorrogações previsto na lei.
Além da SPTrans, a empresa foi contratada pela Emurb e pela São Paulo Obras (SPObras), ambas vinculadas à pasta de Infraestrutura. Nesta última, a Egypt deveria trabalhar no futuro túnel para a Rodovia dos Imigrantes, projeto do qual Branco foi um dos principais idealizadores.
De 2006 até maio deste ano, o capital da Egypt registrado na Junta Comercial multiplicou 3,6 vezes - passou de R$ 600 mil para R$ 2,2 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário