Bonde acidentado deveria ter sido recolhido para manutenção

GUSTAVO ALVESDO RIO
O bonde que se acidentou no sábado, em Santa Tereza, no centro do Rio, deixando 57 feridos e cinco mortos havia se envolvido em outro acidente horas antes da tragédia e deveria ter sido recolhido para manutenção.

Felipe O'Neill/Ag. O Dia

Bonde que descarrilhou no Rio fica completamente destruído

A informação é do secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, que concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (29).
O secretário disse "não haver registros que expliquem porque o carro em vez de seguir para a oficina estava trafegando com passageiros no momento do acidente".
Lopes informou, porém, que "logo depois do choque com o ônibus foi feito um teste no sistema de freios do bonde e ele estava funcionando".
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de janeiro informou, também nesta segunda, que seis vítimas do acidente com o bonde em Santa Teresa, no centro da cidade, permanecem internadas e quatro receberam alta de manhã.
De acordo com a secretaria, quatro passageiros estão internados no Hospital Souza Aguiar, no centro da capital, entre eles um menino de três anos que está em observação no Centro de Tratamento Intensivo pediátrico. Dois estão no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Os pacientes foram submetidos a cirurgias e seu estado é estável.
A secretaria informou ainda que outros feridos no acidente foram transferidos para hospitais particulares da cidade.
ENTERROS
Na tarde de ontem, o casal João Batista Soares, 62, e Ivone da Silva, 56, foi enterrado no Cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio, onde também foi enterrado o motorneiro do bonde, Nelson Correa da Silva.
Outra vítima, Claudia Lilian Almeida Fernandes, teve o corpo trasladado para o Rio Grande do Sul. O corpo de Maria Eduarda Nunes, 12, estava no IML, já que os pais continuavam internados.
PAGAMENTO
Nove dias antes do acidente com o bonde, o governo do Rio suspendeu os pagamentos à empresa responsável pela manutenção dos veículos, conforme a Folha noticiou na edição desta segunda-feira.
A suspensão do pagamento aconteceu após questionamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado) ao contrato, segundo termo aditivo publicado no dia 18 no "Diário Oficial" do Estado. O aditivo também prorroga de 12 de agosto para 8 de fevereiro o prazo para modernização de 14 bondes.
Procurada pela Folha, a Secretaria de Transportes não se pronunciou sobre as razões para o questionamento do TCE. O governador Sérgio Cabral (PMDB) determinou que o transporte por bondes no bairro fique interrompido e que a secretaria conduza um plano de modernização.

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