FABIO SERAPIÃO
Em depoimento na Assembleia Legislativa, a presidente da Sabesp, Dilma Pena, evitou a imprensa, não informou se investigará possíveis irregularidades em contratos da estatal com empresas ligadas ao escândalo de Campinas e classificou como “ilações” as reportagens do Jornal da Tarde sobre negócios milionários com firmas de ex-dirigentes.
Presente como convidada das comissões de Infraestrutura e Fiscalização e Controle, Dilma evitou assuntos espinhosos e, ao final do encontro, contou com “cordão de isolamento” de assessores para não falar com a imprensa.
Nas últimas semanas, o JT revelou que a estatal mantém contratos milionários com duas empresas de ex-dirigentes – Umberto Semeghini (Gerentec) e Nilton Seuaciuc (Vitalux) – e com uma consultoria do marido de uma assessora da Sabesp. A estatal nega irregularidades nos contratos.
Além disso, divulgou escutas do Ministério Público nos quais os empresários Gregório Cerveira, da Hydrax, e Luiz Arnaldo Mayer, da Saenge, mostram-se preocupados com seus “negócios” com a Sabesp. Mayer chegou a citar o nome de agentes públicos que estariam “intercedendo” em seus contratos com a estatal.
O clima, porém, foi ameno, mesmo entre deputados da oposição. O petista José Zico Prado, que presidia a sessão, chegou a entregar o comando dos trabalhos ao tucano Geraldo Vinholi.
Houve tensão apenas quando o petista João Antônio questionou os contratos firmados com empresas de José Carlos Cepera – preso em Campinas. “Discordo do uso da palavra fraude”, disse Dilma. Sobre as relações da estatal com empresas de ex-diretores, ela afirmou que “são ilações publicadas em jornais”. “Todas sem nada concreto.”
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