Gilson Hanashiro/Agência BOM DIA
Amarelinho feminina comunica-se com
central de controle da Urbes: função principal dos agentes é, em tese, a de
orientar tráfego, por exemplo, em caso de acidentes
Carla
de Campos
Agência BOM DIA
Agência BOM DIA
Para muitos motoristas
sorocabanos, o maior dissabor das ruas da cidade veste amarelo. Os agentes da
Urbes - Trânsito e Transporte, que entraram em ação em 5 de
janeiro, dividem opiniões em relação à razão de existirem. Vendidos pela Urbes
como facilitadores do tráfego, eles encaram críticas de quem afirma que
eles só estão nas ruas para multar. Números oficiais (veja gráfico)
mostram que, com os amarelinhos, as multas dispararam. Para a empresa não
se trata de oportunismo, mas sim do resultado natural do aumento de
fiscalização.
Cada um dos atuais 56
amarelinhos existentes ganha R$ 1.496,98 por mês e o plano é elevar o quadro
para 130 agentes nos próximos meses.
Para o diretor de trânsito
da Urbes, Roberto Bataglini, o aumento de multas ocorreu porque antes a
fiscalização era insuficiente e muitas irregularidades acabavam ficando sem
punição. “Os amarelinhos estão na rua para orientar o tráfego, mas não ignoram
as infrações que presenciam”, afirma.
Toda a arrecadação
resultante das multas, reforça Roberto, é obrigatoriamente aplicada no próprio
trânsito, especificamente em ações de engenharia de tráfego e
programas de educação para o trânsito.
Tocaia/Segundo
a Urbes, 40% das infrações são cometidas no Centro, onde amarelinhos estão a
pé, em bicicletas, motos e carros. “Primeiro orientamos, depois multamos. Mas
nesse caso não tem como pois a pessoa nem está aqui”, justificou um agente no
momento em que aplicava uma multa em um carro estacionado sobre a faixa de
pedestres.
Não é difícil, no
entanto, flagrar situações em que a premissa de orientar é deixada de
lado. Na quinta-feira, por exemplo, o BOM DIA flagrou um amarelinho autuando
motoristas na rua Cesário Mota por volta das 8h. Naquele ponto, em frente
à praça Frei Baraúna, não há faixa de pedestres ou cruzamentos. Em meia hora o
amarelinho aplicou duas infrações. Em nenhum momento os motoristas foram
abordados para um trabalho de conscientização, mesmo porque naquele ponto os
veículos não param.
Entre 1º de janeiro e 31 de
maio mais de 20 mil multas foram aplicadas em Sorocaba. Um exagero,
segundo presidente da Câmara, Marinho Marte, que vai propor mudanças no
estatuto da categoria. Segundo ele, falta capacitação aos agentes para a real
função, que é a de orientar. “Do jeito como funciona, a presença dos
amarelinhos resulta apenas em arrecadação e em nada contribui com a melhoria do
nosso sistema de trânsito.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário