MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
DE CAMPINAS
Familiares do prefeito de Campinas (93
km de São Paulo) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado no dia
10 de setembro de 2001, pediram que a investigação do crime, ainda não
esclarecido, passe para a Polícia Federal.
Eles protocolaram ontem (9) um pedido
para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se manifeste sobre a
federalização do crime e a consequente investigação pela PF.
De acordo com o advogado da família,
William Ceschi Filho, já há, desde 2007, um procedimento com esse pedido, mas é
a primeira vez que o procurador-geral da República é questionado a respeito do
chamado incidente de deslocamento de competência, argumento que pode ser
utilizado apenas por ele em casos de violação de direitos humanos, em qualquer
fase de um inquérito ou processo.
Caso seja favorável aos argumentos da
família, o procurador-geral poderá solicitar ao Superior Tribunal de Justiça
que o caso seja deslocado para a Justiça Federal e Polícia Federal. Atualmente,
está com a Polícia Civil.
"Esse argumento já foi utilizado
outras vezes, quando houve grave desrespeito aos direitos humanos e tratados
internacionais", afirmou Ceschi Filho. "Dez anos se passaram da morte
do prefeito sem que linhas importantes fossem seriamente investigadas. É preciso
que o caso mude de mãos", disse.
O prefeito foi assassinado após
permanecer oito meses no governo. Quando saía de um shopping da cidade,
dirigindo seu carro, foram disparados três tiros contra ele.
Em setembro de 2007, o juiz José
Henrique Torres, de Campinas, decidiu --alegando falta de indícios-- não
aceitar a denúncia contra o sequestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho,
acusado pelo Ministério Público e Polícia Civil de ser um dos autores do crime.
Para a família, a motivação foi
política e há outras suspeitas de autorias em áreas cujos interesses o então
prefeito confrontou.
O Ministério Público recorreu, mas o
Tribunal de Justiça decidiu, em janeiro de 2009, reabrir as investigações. Um
novo inquérito foi aberto na Delegacia Seccional de Campinas e, no início deste
ano, mudou de mãos, passando para o delegado do setor de homicídios, Ruy
Pegolo.
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