Marginal do Tietê volta a ter pontos às escuras


LUÍSA ALCALDE
Menos de um ano após a Marginal do Tietê sair da escuridão quase absoluta, o motorista que utiliza a via, uma das principais da cidade, sofre novamente com iluminação deficiente. Nesta semana, o Jornal da Tarde percorreu a via duas vezes e contou 370 pontos sem iluminação.
O antigo sistema de luz havia sido retirado em setembro de 2009 durante as obras de ampliação da marginal. Só foi restituído totalmente em outubro do ano passado. Foram mais de 12 meses às escuras, o que aumentava o risco de acidentes e de roubos.
Agora, a via escureceu novamente em alguns trechos, os riscos voltaram e o problema apontado pela Secretaria Municipal de Serviços, responsável pela manutenção da iluminação, desta vez é o furto de fios.
O JT percorreu a Marginal na última segunda e na quinta-feira à noite, em ambos os sentidos, e constatou que sete trechos estão com lâmpadas apagadas. Na pista local, em alguns pontos há uma lâmpada apagada para cada acesa. Na nova pista central, a chamada “marginal do meio”, em que as saídas são confusas por falta de sinalização adequada, há trechos com duas lâmpadas apagadas para cada acesa.
O ponto mais crítico e escuro encontrado pela reportagem fica no sentido Ayrton Senna, entre as pontes da Freguesia do Ó e do Limão, onde há 144 lâmpadas apagadas. Em todo o percurso existem 4.000 postes de iluminação, segundo o Departamento de Iluminação Pública (Ilume), órgão ligado à Prefeitura que assumiu este mês a manutenção da iluminação da Marginal do Tietê. Antes, a incumbência era de responsabilidade da Dersa, que gerenciava as obras de ampliação das pistas.
O Ilume afirmou que vistoriou os pontos anotados pela reportagem e constatou que houve furto de cabos em todos os trechos citados. O órgão só tomou conhecimento do problema depois de apontado pelo jornal. E informou que já iniciou os procedimentos necessários para a reposição dos cabos de energia. Segundo o Ilume, serão utilizados fios de aço, de valor comercial mais baixo que o cobre, para evitar novos furtos.
O vendedor Milton Moreira, de 40 anos, trafega todos os dias pela Marginal do Tietê, para ir da Casa Verde, onde trabalha, para Osasco, na Grande São Paulo, onde mora. Diz considerar a falta de iluminação um fator de insegurança. “Principalmente perto da Ponte do Piqueri. A escuridão pode servir para (facilitar) a prática de assaltos”, observou.
Também vendedor, Marcelo Vilar, de 43 anos, afirma que a escuridão potencializa ainda mais outro problema encontrado pelos motoristas que usam constantemente a via. A falta de sinalização na nova pista. “Se já é difícil achar a entrada certa de dia pela falta de placas, imagina então sem luz”, afirmou ele.
O motorista Guilherme Lisboa, de 29 anos, é outro que passa obrigatoriamente pela Marginal do Tietê todos os dias, já que trabalha em uma empresa que fica às margens da via. “Reparei que está assim (escuro) de uns três meses para cá”, comenta. “Na Ponte Júlio de Mesquita é um breu só. Não dá para ver se tem gente em cima dela. E se jogam uma pedra no carro para a gente parar e assaltar como vinham fazendo?”, questiona ele.
A Polícia Militar informou que irá pedir informações ao Departamento de Iluminação Pública (Ilume) para definir ações preventivas contra o furtos de fios, apontados pelo órgão da Prefeitura como responsável pelos problemas de iluminação na Marginal do Tietê.

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