João Carlos de Faria - O Estado de S.Paulo
ESPECIAL PARA O ESTADO / TAUBATÉ
Após quatro anos sem reajustar os salários dos professores, o prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto (PMDB), promete anunciar hoje o novo piso para a categoria, que passará a receber um dos maiores vencimentos do País: R$ 3,3 mil para uma carga horária de 40 horas semanais. Na capital paulista, o salário inicial de um professor com nível universitário e jornada semanal de 40 horas é de R$ 2.292,17.
O reajuste em Taubaté corresponde a um índice de 8% sobre o salário atual, que em março de 2012 deverá chegar a R$ 3.773, somando um total de 13%. Esse salário inicial, segundo a prefeitura, contemplará profissionais com titulação universitária, do ensino infantil ao ensino médio.
De acordo com o secretário da Educação de Taubaté, Carlos Roberto Rodrigues, mais de 80% dos 1.666 docentes da rede se enquadram nessa condição. Nesse mês, os professores do ensino fundamental receberam a última parcela que iguala seus salários aos dos demais, com o pagamento de 40% de gratificação pelo ensino superior. A prefeitura, segundo o secretário, dá incentivos para que os professores concluam o curso de Pedagogia, principalmente aqueles que atendem o ensino infantil.
"Estamos pagando mais que o teto norte-americano, que é de US$ 2 mil por mês", afirma Rodrigues. O novo salário supera em 160% o que propõe o governo federal e em 90% o piso defendido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.
A aparente euforia com o aumento dos salários não contagia todos os profissionais. É caso do professor R.G., que dá aulas de história para alunos de 6.º ao 8.º ano em uma escola de Marlene Miranda, na periferia de Taubaté. "Perdemos 26% nas negociações e não tivemos aumento real, apenas uma reposição do que perdemos com a inflação", disse o professor, que não quis se identificar. "Está aquém do que deveríamos ganhar. A responsabilidade é muito grande."
Sob suspeita. O prefeito de Taubaté é investigado por suspeita de associação com cartel para fornecimento de merendas e medicamentos, fraudes em licitações, superfaturamento, corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Peixoto e sua mulher, Luciana, chegaram a ser presos em junho, mas logo foram soltos. Neste mês, os vereadores decidiram não cassar o mandato do prefeito.
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