11/08/2011

Vereador diz que matou colega após ele ter chamado a mulher de gostosa




DE SÃO PAULO

O vereador de Franco da Rocha (Grande São Paulo) Leozildo Aristaque Barros --conhecido como Leo do PT-- afirmou à polícia na tarde desta quarta-feira que matou o colega Rodrigo da Cruz França (PV) após ele ter chamado sua mulher de gostosa durante uma romaria na sexta-feira (5), segundo a polícia.
Barros estava foragido e se apresentou hoje à Delegacia Seccional de Franco da Rocha. A Justiça já havia decretado a prisão preventiva dele.
Segundo o delegado-assistente da Seccional de Franco da Rocha, Nivaldo da Silva Santos, Barros se apresentou com a mulher --que não teve o nome divulgado-- e advogados.
"Ele disse que, em uma das paradas da romaria, fez uma homenagem no microfone para sua mulher. Depois disso, Rodrigo fez umas brincadeiras e chamou a mulher dele de gostosa. Também disse que Rodrigo fez que ia colocar a mão na cintura e achou que era para pegar uma arma e, por isso, atirou", afirmou o delegado.
Barros foi indiciado por homicídio duplamente qualificado --motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima-- e por mais duas tentativas de homicídio. Outras duas pessoas que participavam da romaria também foram atingidas pelos disparos, mas não tiveram ferimentos graves.
Antes de ser ouvido pela polícia, Barros foi encaminhado ao IMl (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito. Ele será encaminhado para CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha.
Barros e França participavam --a cavalo-- de uma romaria tradicional na região que sai de Franco da Rocha e termina em Bom Jesus de Pirapora (Grande São Paulo). O crime ocorreu em Cajamar (Grande São Paulo).
Testemunhas ouvidas pela polícia já haviam dito que o assassinato ocorreu após França supostamente ter feito um comentário sobre a mulher de Barros, que teria dando ainda um tapa no rosto do colega, que não reagiu. Um pouco mais adiante, Barros atirou e fugiu no carro com a mulher.
A hipótese de crime político foi descartada pela polícia.
Evandro Federzoni de Araújo e Sílvio Carlos Menegatti também foram atingidos pelos tiros. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Regional de Cajamar (Grande São Paulo), mas França não resistiu aos ferimentos. Os outros dois não correm risco de morte.
O diretório municipal do PT de Franco da Rocha divulgou na segunda-feira (8) que Barros foi expulso do partido, após reunião extraordinária realizada no domingo (6). O diretório também informou que vai encaminhar à Câmara uma representação contra o parlamentar por quebra inequívoca de decoro parlamentar. O procedimento possibilita que a Casa possa realizar processo de cassação do vereador.
De acordo com a assessoria da Câmara, os dois eram amigos e não há registro de discussões anteriores. Eles, inclusive, teriam tomado café juntos antes de irem para a romaria.
França estava em seu terceiro mandato e foi presidente da Câmara em 2003 e 2004. Barros está no segundo mandato e é presidente do Sindicato dos Comerciários de Franco da Rocha.

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