Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
A Câmara municipal de Jandira, na Grande São Paulo, afastou na tarde desta terça-feria, 13, a prefeita Anabel Sabatine (PSDB), em meio a uma onda de denúncias de desvios de recursos em sua administração. Por seis votos a quatro, os vereadores decidiram tirar Anabel do cargo. Ela pode ir à Justiça para tentar liminarmente retomar a cadeira de chefe do Executivo. Em seu lugar fica o presidente da Câmara, vereador Wesley Teixeira (PSB).
Anabel assumiu a prefeitura em dezembro, no lugar de Braz Paschoalin (PSDB), prefeito executado a tiros de grosso calibre. A polícia concluiu que Braz foi vítima de uma organização que pretendia tomar o poder municipal. Entre os suspeitos pela morte do tucano estão dois ex-secretários municipais, de Habitação e de Governo.
Para investigar suposto esquema de corrupção no governo Anabel, a Câmara instalou uma Comissão Especial de Inquérito. O vereador Zezinho do PT é o presidente da comissão. “A corrupção em Jandira é um câncer”, afirma o vereador.
Contra a comissão, a prefeita foi à Justiça. Ela pediu trancamento da investigação sob argumento de que é alvo de procedimento de natureza política. A Justiça não acolheu a iniciativa de Anabel, em decisão tomada nesta terça feira, 13.
O vereador Zezinho do PT afirma ter provas de que a prefeita fez compras superfaturadas e está usando recursos do ensino básico e também verba destinada à vigilância sanitária para cobrir despesas com a folha de pessoal. Ele diz que a prefeita promove nepotismo na gestão municipal. Relata que a prefeita adquiriu material de construção, “mas não existe uma única obra pública na cidade”. Entre os equipamentos que a tucana teria comprado estão 15 mil torneiras. “Tenho todas as notas fiscais”, conta o vereador. O fornecedor do material, aponta Zezinho do PT, é filho do prefeito assassinado, Braz Paschoalin.
Outra denúncia que pesa contra o governo Anabel é que ela teria dirigido licitação para contratação de um sítio ecológico em Araçariguama (SP) para levar 11 mil crianças para passeio. A prefeitura iria pagar R$ 78 por criança. Segundo a denúncia, as propostas de empresas interessadas na concorrência seriam abertas nesta terça-feira, 13, mas no início de setembro a Secretaria de Educação já havia preparado cronograma completo do passeio em Araçariguama. A prefeita não respondeu contatos da reportagem do Estado. Seu secretário de imprensa, Ronie Assunção, também não atendeu.
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