14/09/2011

Câmara afasta prefeita de Jandira (SP)

Comissão foi instalada para averiguar esquema de corrupção no governo da prefeita
Por suspeita de corrupção, Câmara Municipal de Jandira (SP) afasta prefeita
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo


A Câmara municipal de Jandira, na Grande São Paulo, afastou na tarde desta terça-feria, 13, a prefeita Anabel Sabatine (PSDB), em meio a uma onda de denúncias de desvios de recursos em sua administração. Por seis votos a quatro, os vereadores decidiram tirar Anabel do cargo. Ela pode ir à Justiça para tentar liminarmente retomar a cadeira de chefe do Executivo. Em seu lugar fica o presidente da Câmara, vereador Wesley Teixeira (PSB).

Anabel assumiu a prefeitura em dezembro, no lugar de Braz Paschoalin (PSDB), prefeito executado a tiros de grosso calibre. A polícia concluiu que Braz foi vítima de uma organização que pretendia tomar o poder municipal. Entre os suspeitos pela morte do tucano estão dois ex-secretários municipais, de Habitação e de Governo.

Para investigar suposto esquema de corrupção no governo Anabel, a Câmara instalou uma Comissão Especial de Inquérito. O vereador Zezinho do PT é o presidente da comissão. “A corrupção em Jandira é um câncer”, afirma o vereador.

Contra a comissão, a prefeita foi à Justiça. Ela pediu trancamento da investigação sob argumento de que é alvo de procedimento de natureza política. A Justiça não acolheu a iniciativa de Anabel, em decisão tomada nesta terça feira, 13.

O vereador Zezinho do PT afirma ter provas de que a prefeita fez compras superfaturadas e está usando recursos do ensino básico e também verba destinada à vigilância sanitária para cobrir despesas com a folha de pessoal. Ele diz que a prefeita promove nepotismo na gestão municipal. Relata que a prefeita adquiriu material de construção, “mas não existe uma única obra pública na cidade”. Entre os equipamentos que a tucana teria comprado estão 15 mil torneiras. “Tenho todas as notas fiscais”, conta o vereador. O fornecedor do material, aponta Zezinho do PT, é filho do prefeito assassinado, Braz Paschoalin.

Outra denúncia que pesa contra o governo Anabel é que ela teria dirigido licitação para contratação de um sítio ecológico em Araçariguama (SP) para levar 11 mil crianças para passeio. A prefeitura iria pagar R$ 78 por criança. Segundo a denúncia, as propostas de empresas interessadas na concorrência seriam abertas nesta terça-feira, 13, mas no início de setembro a Secretaria de Educação já havia preparado cronograma completo do passeio em Araçariguama. A prefeita não respondeu contatos da reportagem do Estado. Seu secretário de imprensa, Ronie Assunção, também não atendeu.

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