Roldão Arruda, especial para Estadão.com.br
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acaba de divulgar uma nota de apoio às manifestações contra a corrupção que têm ocorrido no País, entre elas a marcha ocorrida em Brasília no dia 7 de Setembro. De acordo com a nota, essa ‘crescente interpelação da sociedade para melhor qualificar, social e eticamente, os seus representantes e outros poderes constituídos” representa uma “nova forma significativa do exercício da cidadania’.
A CNBB volta a reformar no documento divulgado a necessidade de aplicação da Lei da Ficha Limpa, cuja criação contou com o apoio das pastorais sociais da Igreja Católica. O texto chama a atenção dos movimentos para que insistam na defesa de medidas efetivas no combate à corrupção, sem ‘moralismos estéreis’. Uma dessas medidas seria a reforma política.
Diz a nota: ‘Atentos para que estas mobilizações se resguardem de qualquer moralismo estéril, incentivamos sua prática constante, com objetivos democráticos, a fim de que, fortificadas, exijam do Congresso Nacional uma autêntica reforma política, que assegure a institucionalidade do País.’ E mais: ‘O Estado brasileiro deve fazer uso dos instrumentos legais para identificar, coibir e punir os responsáveis por atos de corrupção. Sem comprometimento ético, no entanto, será impossível banir de nosso meio a longa e dolorosa tradição de apropriação do Estado, por parte de alguns, para enriquecimento de pessoas e empresas’.
Em outro trecho da nota, os bispos defendem a extinção das emendas individuais ao Orçamento da União, a redução do número de cargos em comissão e o fim do voto secreto em todas as matérias. No âmbito do Judiciário e do Ministério Público, pede agilidade nos julgamentos de processos e nos inquéritos relativos a crimes de corrupção e improbidade.
Os bispos concluem a nota invocando ‘o Espírito Santo para que ilumine todos os que, no exercício de sua cidadania, trabalham pela construção de um Brasil novo, justo, solidário e democrático’.
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