Pai de garoto que se matou diz que quer pedir desculpas a professora baleada



de são paulo
O guarda municipal Milton Nogueira, pai do garoto que atirou contra uma professora e depois se matou dentro da escola, em São Caetano do Sul, afirmou ao programa "Fantástico", da TV Globo, que quer pedir desculpas à professora baleada. "Queria dar um abraço nessa professora e pedir desculpas para a família", disse.

Milton afirmou que não sente culpa pelo ocorrido. "Não sinto culpa. Simplesmente acho que aconteceu uma tragédia", afirmou. O garoto usou a arma do pai --um revólver calibre 38-- para fazer os disparos. Ele contou que carregou a mochila do filho no caminho para a escola, mas não desconfiou de nada.
Ele e sua mulher Elenice, disseram à TV Globo que a arma ficava sempre descarregada dentro de casa. Justamente naquele dia, Milton havia esquecido a munição no revólver. "Os dois [filhos] sempre foram instruídos. A arma é feita para matar", afirmou Milton.
Sobre o que pode ter levado o garoto a tirar a própria vida, os pais disseram que não sabiam, pois o garoto não tinha problema com ninguém e era carinhoso e estudioso.
O pai do garoto pode ser indiciado sob a suspeita de negligência ou omissão na guarda de arma de fogo.
Eduardo Knapp /Folhapress
Guardas carregam caixão com o corpo do menino que feriu professora a tiro e se matou na Grande SP
Guardas carregam caixão com o corpo do menino que feriu professora a tiro e se matou na Grande SP
ARMA ESCONDIDA
Sabendo do perigo em possuir uma arma em casa, ele sempre dizia aos garotos que, se tivessem curiosidade em ver o revólver, deveria procurá-lo que ele mostraria.
A arma particular ficava guardada em uma caixa de papelão na parte alta de um armário no quarto do casal.
Na Guarda Municipal, Nogueira não teve nenhuma advertência oficial. O secretário municipal de Segurança, Moacir Rodrigues, disse que ele tem uma carreira exemplar.
Nas horas de folga, o guarda fazia bico como vigilante em uma lanchonete de São Caetano. Era lá que ele usava esse revólver particular.
MOCHILA
Informalmente, Nogueira disse à polícia que, ao perceber que sua arma não estava em casa, procurou os filhos na escola e perguntou para eles se um dos dois havia pegado o revólver. Os dois negaram, e ele acreditou.
Segundo a polícia, o guarda lamentou não ter olhado a mochila dos filhos antes de voltar para casa e pedir para a mulher procurar direito a arma, antes que ele registrasse um boletim de ocorrência.
Na próxima semana, Nogueira e a mulher dele, Elenice Mota, deverão ser ouvidos oficialmente pela polícia.
TRAGÉDIA
O crime aconteceu às 15h50 de quinta-feira (22) na escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, considerada a melhor pública de São Caetano do Sul. A escola permanecerá fechada até quarta-feira (28).
Segundo a delegada, o aluno pediu para ir ao banheiro e efetuou o disparo contra Rosileide logo em seguida.
Na sequência, o garoto se retirou da sala, sentou em uma escada e disparou ele próprio, na cabeça.
Ambos foram socorridos com vida. O aluno foi atendido no Hospital de Emergência Albert Sabin, em São Caetano. Ele teve duas paradas cardíacas e morreu às 16h50, de acordo com a prefeitura da cidade.
A professora permanece internada no Hospital das Clínicas, na capital paulista. Ela passou por uma cirurgia de cerca de três horas para a retirada do projétil. Segundo o HC, ela passa bem e está consciente

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